É sempre interessante ler sobre história das religiões,
religião comparada e mitologia.
Antes de seguir em frente, é preciso que se entenda o que é
verdadeiramente um Evangelho Apócrifo. Ao contrário do que muitas instituições
religiosas dizem, que os apócrifos seriam “escritos não inspirados”, portanto
falsos, a verdade é que os apócrifos nada mais são do que documentos que não
fazem parte do “cânone bíblico” judaico ou cristão – atual. Muitos dos chamados textos apócrifos, já fizeram parte da
Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados por não
satisfazerem os interesses da Igreja.
É preciso lembrar também que foram os padres da Igreja quem
escolheram, sempre com muita briga, quais os evangelhos eram “divinamente
inspirados” e quais não são. A pergunta que não quer calar é quais os critérios
que eles utilizaram quando faziam suas escolhas. O Concílio mais famoso foi o
Concílio de Nicéia, numa província de Anatólia, Turquia. Neste concílio,
convocado pelo imperador romano Constantino ocorreu à primeira seleção de quais
os evangelhos seriam os canônicos e quais seriam os apócrifos. Enfim, é preciso
explicar que os evangelhos sempre foram retirados ou acrescentador ao Cânone
oficial de acordo com as conveniências dos padres e dos bispos no poder, em
cada época, certo? O que nos leva a concluir que o monopólio do Cristianismo
está nas mãos da Igreja Católica. Mesmos as Bíblias cristãos protestantes e evangélicas,
nada mais do que modificações da Bíblia como escolhida pelos primeiros padres.
Algumas diferenças nas traduções, alguns textos amais ou a menos, mas no fundo,
baseado nas mesmas Escrituras selecionadas e manipuladas pelos primeiros
lideres da Igreja Católica. Então, por isso é tão importante a leitura e o
conhecimento dos Apócrifos. Por terem sido considerados “não inspirados” e por
causa disso não levados á sério, estes escritos permaneceram mais “puros” e sem
manipulação ao longo dos séculos.
Pare se ter uma ideia, no início do Cristianismo haviam 315
evangelhos, e posteriormente foram reduzidos a 4 (!!!), no tal Concílio de
Nicéia. Os que não concordavam eram considerados heréticos. Enfim, tudo isso
sem falar que durante séculos os textos eram copiados e traduzidos a mão, o que
aumenta ainda mais a probabilidade de que os textos que conhecemos hoje têm pouquíssimos
a ver com os seus respectivos originais.
Sou Deísta