É evidente o descaso e o desrespeito do município de Aparecida com a questão meio ambiente. De todas as atitudes que denotam falta de educação ambiental, nenhuma caracteriza exemplo mais imperdoável do que a instalação de um aterro sanitário em uma área de proteção de mananciais, bem a cima de nascentes.
Depositar lixo, sem tratamento e critério técnico, principalmente em área de proteção de mananciais é crime.
O chorume produzido infiltra no solo, contaminando-o com metais pesados e outros poluentes. Esse líquido, altamente poluente, se desloca no solo, atingindo as águas subterrâneas, contaminando-as de maneira irreversível.
O aterro que agora está desativado e interditado pela CETESB, fica a 5 Km da zona urbana da cidade. Há! O Santuário Nacional é conivente com esse crime ambiental, já que a área pertence ao Santuário e foi cedido para utilização do município até 2020.
Aterro Sanitário em área de proteção de mananciais |
Mas a falta de consciência ambiental da cidade não é coisa recente. Hoje na zona rural a morraria está completamente devastado desde a época do ciclo do café que teve inicio em 1850, quando os fazendeiros, não só da cidade, mas da região derrubaram a mata atlântica para o plantio dos cafezais. Este período durou pouco, em 1870 os cafezais foram erradicados para dar lugar aos pastos.
O que sobrou foram poucos fragmentos da mata originária, que agora está sendo ameaçada com a introdução do gado que pasta entre as árvores remanescentes.
Gado no Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP |
Fragmento da Mata Atlântica do Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP |
Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP |
Se não bastasse tudo isso, agora vem o pior. A introdução do plantio do eucalipto. Os impactos ambientais da monocultura do eucalipto são devastadores: sobre a água, o solo, a biodiversidade e a atmosfera.
O eucalipto necessita de uma grande quantidade de água, cada pé de eucalipto necessita de aproximadamente 30 litros de água por dia, o que acaba gerando um grande déficit hídrico nas regiões onde são cultivados, criando assim certa desertificação da região.
O eucalipto é uma espécie invasora. Quando uma espécie invasora se instala em um ambiente que não é o seu, ela se desenvolve livre dos predadores e parasitas da sua área de origem, e acaba levando vantagem com as espécies nativas, e vão dominando o espaço expulsando os verdadeiros dono do pedaço.
Isso provoca a mote das espécies que não consegue viver fora de seu ambiente natural. O resultado é um desequilíbrio ambiental que destrói toda biodiversidade local.
Com a introdução da monocultura do eucalipto o solo se desgasta deixando-o fraco, com baixa fertilidade e com aumento da acidez (PH), o que favorece outra espécie invasora de se estabelecer na área, o cupim de montículo.
Nosso sonho é ver todo o Morro do Tabuleiro e morraria da região reflorestado. Claro que um programa de reflorestamento seria o ideal. Mas, na impossibilidade do ideal, uma árvore a mais, plantada do jeito certo numa área devastada, já é bem mais que nada.
Monocultura do eucalipto no Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP |
Floresta de eucalipto no Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP |
Antes era uma mata, depois virou pasto agora é uma fazenda de cupim de |
montículo
Excelente matéria! Gostaria que o projeto EARTH 2.0 (Terra 2.0) - http://earth2hub.com/ ajudasse a desenvolver algo para protejer essa regiao maravilhosa.
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