Visão artística apocaliptica |
Para uma ciência que trabalha com escalas relativas à história geológica
da Terra é de 4,5 bilhões de anos, o surgimento do homem há cerca de 200 mil anos
atrás (que me perdoe os religiosos criacionistas, mas fato são fatos e crenças
são crenças) é um fenômeno recente e por isso costumava ocupar uma posição
periférica nos estudos geológicos.
Em 1900, a população mundial
era de aproximadamente 1,65 bilhões de
pessoas. Esses números cresceram para aproximadamente 5 bilhões em meados dos
anos 80 e então aumentou para 6 bilhões em apenas 12 anos. Em 1º de janeiro de 2014, a população da Terra chegou a 7,2 bilhões
de pessoas. Estima-se que a população mundial se aproximará dos 10 bilhões em 2050. Esse
aumento no crescimento da população está acelerando o processo atual de fadiga
da Terra e as tendências não apresentam sinais de desaceleração.
A atividade humana transformou o planeta de
forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma
nova época geológica, um período chamado Antropoceno. O crescimento
populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de
combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento
de geleiras ocorrido há 11.500 anos - evento que marca o início da época
Holocena na escala de tempo geológico.
A agricultura se disseminou há cerca de 8 mil
anos, desflorestando várias regiões do planeta, gerando um incremento de gás
carbônico na atmosfera capaz de evitar uma nova idade do gelo. Hoje para
alimentar 7,2 bilhões de pessoas o planeta já está à beira do colapso.
Durante o período de 4,5 bilhões de anos a Terra já passou por
vários ciclos na escala geológica. E também sofreu devastações. A última
ocorreu há 67 milhões de anos. A teoria é que um asteróide atingiu o planeta, o
que provocou a alteração do clima e a extinção de espécies como os dinossauros.
A era Mesozóica, dominada pelos répteis, foi seguida pela era Cenozóica - dos
mamíferos - o que inclui o aparecimento de nosso ancestral comun.
Reconhecer a ideia do Antropoceno é reconhecer
o impacto irreversível das atividades do homem, que afetam não somente os
sistemas de água e recursos naturais do planeta, mas também o que essas ações
significam no futuro das espécies.
Mais do que ocupar a superfície da Terra de
forma extensa, - como já aconteceu em épocas anteriores - a urbanização, a
globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a
forma como o planeta funciona.
Classificar o atual
capítulo da história da Terra de Antropoceno funcionaria não somente como uma
mera nomenclatura, mas como um alerta. As consequências do crescimento
populacional mundial e as ações do homem não afetam o planeta apenas de forma
local, mas provocam coletivamente um impacto na constituição da Terra e
discutir isso serve para minimizar as consequências e danos irreversíveis que
afetariam o globo da pior forma no futuro.
Vivemos uma nova era do planeta. A tese polêmica é defendida por
vários cientistas. Nesse capítulo da história da Terra, chamado Antropoceno, as
atividades dos seres humanos estariam influenciando as transformações no mundo,
num ritmo acelerado. O nosso modo de vida - de produção e consumo alerta os
especialistas, estão mexendo com o clima. E podem aumentar o risco de
aquecimento do planeta.
O respeitado naturalista e apresentador
de televisão britânico, David Attenborough, disse recentemente à BBC que o
crescimento da população mundial estava "fora de controle.”
Há um claro consenso entre cientistas
que a superpopulação é a causa principal dos problemas mais importantes que o
mundo enfrenta e que algo precisa desesperadamente ser feito sobre isso.
Eles realmente acreditam que os seres humanos são uma praga sobre a terra e que irá, literalmente, destruir o planeta se são deixados à nossa própria sorte. Eles advertem que, se nada for feito sobre a explosão populacional, estaremos diante de um futuro cheio de pobreza, guerra e sofrimento em um planeta imundo desolado.
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