Santuário de Stonehenge, foto By: Z3 View |
Primeira
parte
Zé Carlos |
Neste
post você encontrará o resumo do resumo de um estudo, onde analiso as
evidências da religião pré-histórica dos antigos habitantes da Inglaterra.
O
livro “The Pagan Religions of the Ancient British: Their Nature and Legancy”,
de Ronald Hutton historiador e professor do Bristol University, foi o fator que
me motivou a fazer está pesquisa.
Uma
das descobertas mais fascinantes da minha vida tem sido de que a maioria do que
estamos acostumados a chamar de espiritualidade teria sido sem sentido para os
antigos habitantes da Inglaterra. Por espiritualidade quero dizer todo o
cristianismo ortodoxo. Esta conclusão não foi fácil, nem foi súbita: ela veio a
mim ao longo dos anos, como resultado de muito estudo e pesquisa.
Grã-Bretanha
pré-histórica
Há
uns 15.000 anos atrás a Grã-Bretanha não era um conjunto de ilhas. Nessa época,
o sul da ilha estava ligado à Irlanda e a Europa Continental por uma ampla
ponte de terra, no local ocupado atualmente pelo Canal da Mancha, permitindo a
livre movimentação entre os dois territórios que era coberto de gelo da última
Era Glacial.
Mesmo
assim, o homem chegou ao território há cerca de 40.000 anos, no período
Paleolítico (Idade da Pedra) onde ocorreu a mais antiga ocupação do território
pelo homem.
Mas
devido às condições difíceis da última Era Glacial, fugiram para o sul. Há cerca
de 10.000 anos atrás, o clima do Planeta Terra começou a esquentar. O nível do
mar subiu com o derretimento das placas de gelo, separando a Grã-Bretanha do
continente europeu por volta de 6.000 anos atrás.
As
pessoas que viviam nas ilhas da Grã-Bretanha eram descendentes dos primeiros
humanos modernos, ou Homo Sapiens, que chegaram ao norte da Europa cerca de
30.000 - 40.000 anos atrás.
Numa terra praticamente virgem, homens, mulheres e crianças viviam
em bandos isolados uns dos outros, os maiores podiam chegar a 200 pessoas.
Alimentavam-se do que conseguiam com uma agricultura muito rudimentar, da caça
e do que simplesmente catavam no mato. Eram seminômades, ou seja, ficavam num
lugar apenas tempo suficiente para comer o que estava ao seu alcance, aí
levantavam acampamento e iam embora. Suas vilas não eram nada mais do que
simples acampamentos. Não construíam muita coisa além de totens ou amontoados
de pedras. Não criaram escritas. Não tinham sistema político e seus líderes
eram uma mistura de patriarca com guia espiritual.
Com a introdução da agricultura, as pessoas aprenderam a produzir
em vez de adquirir sua alimentação, é amplamente considerada como uma das
maiores mudanças na história humana.
Esta mudança aconteceu diversas vezes em vários lugares diferentes
ao redor do mundo. O conceito de
agricultura que atingiu a Grã-Bretanha entre cerca de 5.000 a .C. e 4.500 a .C., se espalhou por
toda a Europa a partir de origens na Síria e no Iraque entre cerca de 11.000 a .C. e a.C. 9.000.
A mudança de um caçador-coletor para um modo de vida de produção
agrícola é o que define o início do Neolítica ou Nova Idade da Pedra.
Há 2.700 a .C.,
uma nova cultura chegou à Grã-Bretanha. As fases megalíticas de Stonehenge
datam a esse período. Foi nesse período que a Idade do Bronze chegou à
Grã-Bretanha. Durante os próximos
mil anos, o bronze gradualmente substituiu a pedra como o principal material
para a confecção de ferramentas e armas.
Por volta de 750 a .C. a técnica do
trabalho em ferro chegou a Grã-Bretanha do sul da Europa. O ferro mais forte e mais abundante do
que o bronze prevaleceu, e sua introdução marca o início da Idade do Ferro. O trabalhar em ferro revolucionou
muitos aspectos da vida. Os celtas são considerados os introdutores da metalurgia do ferro na Grã-Bretanha, dando origem naquele
continente à Idade do Ferro.
Os celtas viviam da
agricultura em pequenos grupos de vilarejos no centro de suas plantações. Era
um povo que também praticava a guerra e lutaram bastante contra a população que
já vivia na Grã-Bretanha e contra outras tribos celtas.
A sociedade céltica era costumeiramente
organizada através de clãs, onde várias famílias dividiam as terras férteis. A
hierarquia mais ampla da sociedade céltica era composta pela classe
nobiliárquica, os homens livres, servos, artesãos e escravos. Além disso, é
importante destacar que os sacerdotes, conhecidos como druidas, detinham grande
prestígio e influência.
A religiosidade dos celtas
era marcada por uma série de divindades que possuíam poderes únicos ou tinham a capacidade de representar algum elemento da
natureza ou animal. Com o passar do tempo, alguns mitos e deuses foram
incorporados pelo paganismo romano e, até mesmo, na trajetória de alguns santos
cristãos.
Os romanos protagonizaram a primeira grande invasão à Grã-Bretanha em 44 a .C.. As terras que
hoje são do Reino Unido foi parte do império romano por 400 anos. Até hoje, não
é difícil encontrar pelo Reino Unido muitos sinais do império romano, como
ruínas, estradas, fortes, casas de banho, monumentos, etc.
Por volta do ano 400 d.C. os anglo-saxões invadiram a
Grã-Bretanha. A parte conquistada, entretanto foi dividida em diversos reinos,
que muitos hoje são condados com os mesmos nomes. Lembre-se que até então não
existiam os nomes Inglaterra, Escócia, País de Gales ou mesmo Reino Unido.
Lá pelo ano de 790 d.C., os Vikings dominaram a Grã-Bretanha
por aproximadamente 300 anos e foram em grande parte responsáveis por algumas
divisões políticas até hoje existentes no Reino Unido.
Religião primitiva no Paleolítico (30.000 – 10.000 a .C.)
Indícios
arqueológicos demonstram que a área hoje conhecida como o sul da Inglaterra foi
povoada bem antes do restante das Ilhas Britânicas, devido
ao clima ameno entre e durante as diversas idades do gelo. É neste período que
começa nosso estudo.
Apesar de
convencionar-se a consolidação da religião no período Neolítico, a arqueologia
registra que no Paleolítico houve uma religião primitiva baseada no culto à
mulher da Grande Deusa Mãe. A Deusa era a grande Mãe Natureza, geradora, sustentadora
e fonte de toda a vida.
Grande Deusa Mãe de Willendorf |
Quando o homem
adquiriu noção das estações do ano, esboçaram-se as primeiras idéias sobre a Roda
do Ano (A Roda do Ano ou Círculo Sagrado, é o que simboliza a concepção de
tempo do homem primitivo e posteriormente dos Celta. Eles não viam o tempo de
forma linear, mas circular, cíclico). Havia um período quente e fértil, onde se
realizavam as colheitas e a natureza mostrava todo seu esplendor. Neste
período, reinava a Deusa em seu aspecto de Mãe Fértil. Mas havia outro período,
o frio e escuro, quando as folhas das árvores secavam e caíam e tudo parecia
estar morto.
O povo voltava a
depender da caça para sobreviver, pois não podia viver dos alimentos coletados.
Quem regia este período era o Deus da Morte (nesta época nasceram também os
primeiros conceitos sobre a vida após a morte). As culturas desenvolveram-se
com o passar dos séculos, e novos aspectos dos deuses foram descobertos. Cultos
religiosos se estruturaram, centrados nos ciclos de nascimento, morte e
renascimento da natureza. O tempo da plantação e o tempo da colheita eram muito
importantes, marcados com festivais.
Roda do Ano |
Este homem, o homem Neandertal
da Grã-Bretanha é caracterizado como de altura baixa (em média 1.6 m ), musculatura vigorosa,
poderosa mandíbula e crânio desenvolvido. Ele era do frio, já que na
Grã-Bretanha havia glaciações. Para se proteger do frio, ele se instalava em
cavernas ou construía tendas de pele. Caçava, pescava, cozinhava seu alimento e
fabricava instrumentos de pedra. Além disso, o Neandertal enterrava seus
mortos. A prática do sepultamento revela
uma preocupação com a vida após a morte, outro aspecto recheado de significados
é a posição em que o corpo é encontrado, ele é virado para o leste, marcando a
intenção de tornar o destino da alma solidário com o curso do sol, com a
esperança de um renascimento. E também é posto em forma fetal, tendo a terra,
no caso a cova, o simbolismo do útero. Oferendas e diversos tipos de adornos
foram encontrados, que provavelmente serviriam para acompanhar na vida após a
morte.
Sepultamento pré-histórico no Paleolítico |
Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos
mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões.
Z3view@gmail.com
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