A mumificação eram os rituais funerários dos antigos egípcios. O termo
vem de Canopo era nome de uma cidade costeira
egípcia localizada na região do Delta do Nilo,
perto da atual cidade de Alexandria. Os
órgãos dos mortos eram removidos e preservados em vasos especializados
conhecidos como canópicos. Retiravam o fígado, os pulmões, o estômago e os
intestinos. Os egípcios não tiravam o coração, porque acreditavam que seria
necessário no dia do julgamento. Cada órgão era envolto em linho coberto de
óleo e colocado em um vaso separado e lacrado. Os tipos desses artefatos
evoluíram ao longo da história egípcia.
Os tipos mais simples de vasos canópicos vieram do Império Antigo, que
se estendeu de 2575 a.C. a 2130 a.C. Estes vasos não eram decorados , inscritos ou entalhados. Eles consistiam em
peças simples, lisas com tampas planas. Conforme a era progrediu, as tampas
evoluíram para os formatos de cúpula. Mais tarde, no Império Médio, entre 1938
a.C. e 1630 a.C., as tampas dos vasos canópicos eram esculpidas para se
parecerem com cabeças humanas com rostos pintados.
Vasos Canópicos |
A partir
da 19ª dinastia até o fim do Império Novo, que durou de 1539 a 1075 a.C., os
vasos canópicos evoluíram estilisticamente. Em vez de cabeças
humanas, eram esculpidas imagens dos quatro filhos do deus Hórus. As mudanças
nas práticas funerárias na 21ª até a 25ª dinastia levaram os egípcios a
devolverem os órgãos embalsamados para o corpo antes da mumificação. Durante
este tempo, 1075-664 a.C., uma imitação dos vasos canópicos era colocada na
tumba do falecido. Esses simulacros se pareciam muito com os vasos do Império
Novo. As tampas representavam imagens esculpidas dos filhos de Hórus, mas o
corpo dos frascos não tinha uma cavidade interna.
Os retratos
dos quatro filhos de Hórus são os tipos de tampa canópicos mais
facilmente reconhecidos. Acreditavam que estes deuses padroeiros vigiavam e
protegiam os órgãos internos do falecido. A cabeça esculpida em cada vaso
também era utilizada para identificar qual órgão guardava. Aquele que continha
os pulmões tinha a cabeça de um babuíno, também conhecido como Hapi. O frasco
com a cabeça de falcão era o deus patrono Kebehsenuef e guardava os intestinos.
O estômago era colocado no vaso com a cabeça de chacal, também conhecido como
Duamutef. Finalmente, o fígado era posto dentro no com a cabeça de um homem,
representando o deus Imseti.
Os tipos
de vasos canópicos estavam disponíveis em diversos materiais, incluindo
calcita, madeira, pedra, cerâmica, bronze, alabastro e ouro. Os ricos tinham
vasos feitos de compostos de melhor qualidade. Os materiais mais baratos
eram usados para os menos afortunados. Assim como os tipos de vasos mudaram
ao longo do tempo, o mesmo aconteceu com sua decoração. O que começou como
simplesmente decorado evoluiu para uma escultura elaborada, entalhada, pintada
e inscrita no corpo dos vasos. As decorações representavam tipicamente imagens
dos deuses. Há também variações quanto ao tamanho dos vasos. O gargalo era
tipicamente entre 12 e 25 cm de diâmetro.
Fonte:
Casandra Maier, Tipos
de Vasos Canópicos, 2013.
Rosalie
David, Religião e magia no Antigo Egito, Ed. Difel, Rio de Janeiro, 2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário