quinta-feira, 25 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
Em busca dos antigos manuscritos cristãos – Parte 2
Ícone do Jesus Gnóstico |
Nos
séculos II e III, havia muitas versões diferentes da história e dos ensinos de
Jesus. Pelo ano 325 d.C., representantes dos vários grupos diferentes do
Cristianismo reuniram cada um com suas escritas. As disputas não só eram sobre
a divindade de Jesus, mas também sobre qual destas escritas eram autênticas.
Naquela
época não havia nenhum “cânon” do Novo Testamento. O cânon que possuímos hoje é
um desenvolvimento da Igreja Católica que colecionou, descartou, alterou e até
mesmo inventou muito do que lemos hoje no Novo Testamento, com o objetivo de atender aos interesses da Igreja e
que muitos acreditam serem inspiradas.
Os
debates teológicos referente à cristologia dos séculos II e III provocaram
intensa rivalidade entre os vários grupos de cristãos. Antes do IV século, um
destes grupos o que se aliou ao Império Romano (Igreja Católica Romana), tinha
derrotado a oposição, denominando a si mesmo detentora da “ortodoxia” e marcando
a ferro todas as crenças rivais como “heresias” e todos os outros grupos de
“hereges”.
Assim
como nos grandes conflitos políticos e culturais, nas batalhas pela supremacia
religiosa os vencedores não publicam as verdadeiras visões de seus oponentes.
Os vencedores não só escreve a história eles as distorcem. Assim, no
Cristianismo primitivo, a maioria dos escritos das partes perdedoras nas
disputas pela dominação foi destruída, esquecida ou simplesmente não foi
reproduzida para a posteridade – perdida de uma forma ou de outra.
Manuscrito Nag Hammadi |
Isto
simplesmente significa que Roma ganha porque destruíram toda a evidência
contrária as crenças religiosas da grande e poderosa Igreja nascente. Se você
destrói todas as escritas das posições teológicas adversárias e queimam todas
as bibliotecas você ganha através da falta de comparação. Duas gerações após as
pessoas já não se lembrará da verdade e aceita a mentira como “ortodoxia”. Isto
foi exatamente o que aconteceu.
É
claro que o pouco que foi encontrado é espetacular. Descobertas começaram a ser
feitas de modo significativo já no século XVII, intensificando através dos
tempos, em diligentes buscas na Grécia, no Egito e em outros lugares, e à
medida que expedições arqueológicas desenterravam tesouros inesperados e
beduínos inadvertidamente tropeavam em achados cujo valor jamais sonhara.
Em 1945, um beduíno encontrou um jarro de
cerâmica numa escavação próxima a aldeia de Nag Hammadi no Alto Egito. No jarro
havia vários livros escritos em idioma copta antigo. Algumas folhas amareladas
foram usadas para alimentar o fogão a lenha de sua casa. As restantes caíram
nas mãos de um religioso local, circularam no mercado de antiguidades e foram
resgatadas por um funcionário do governo egípcio. Mais tarde, descobriu-se que
a “lenha” era um tesouro de valor incalculável: a coleção de Nag Hammadi é
composta de 13 livros com 1600 anos e histórias que a Igreja tentou abafar durante todo esse tempo.
Mas não conseguiu. Depois de sobreviver ao tempo e à censura religiosa, o
achado tornou-se o maior e mais importante acervo de evangelhos apócrifos*,
literatura que tem ajudado a elucidar vários mistérios sobre as origens do Cristianismo.
A maioria dos escritos de Nag Hammadi foi
produzida entre os séculos I e III e seus autores faziam parte das primeiras
comunidades cristãs. Nesse acervo, é possível conhecer livros que ficaram de
fora do Novo Testamento, como evangelhos de Tomé e Tiago. O interessante desses
relatos é que destoam bastante do que aparece no Novo Testamento. Neles, Jesus
tem um lado humano, Madalena é uma grande líder, Jesus não fala sobre pecado, a
necessidade de arrependimento e morte expiatória... Diferenças polêmicas que
deixam claro por que os apócrifos sempre foram uma pedra no sapato da Igreja. Eles representavam outro
cristianismo, não oficial, marginalizado. Eles têm grande valor histórico e
religioso porque mostram novas interpretações sobre a figura de Jesus na origem
do Cristianismo.
A hipocrisia religiosa do IV século chega
até os dias de hoje quando, ainda, o Vaticano, mantendo sua tradição de enganar
as pessoas, tenta com todas as forças evitar que esses manuscritos sejam
divulgados. E por quê? Acontece que os manuscritos apontam certas discrepâncias
e invencionices históricas, confirmando que o Novo Testamento foi manipulado
para satisfazer os interesses da Igreja. O desejo da Igreja moderna é de
suprimir esses documentos, antes que eles abalem o frágil alicerce do
Cristianismo.
Os antigos manuscritos cristãos revelam
que o Novo Testamento não nasceu pronto e acabado e que os textos que servem de
base para a atual doutrina cristã passaram por um complicado processo de
“edição”. Também deixam claro que, ao contrário do que se imaginava, o Cristianismo
praticado hoje não era o único nos primeiros séculos. Existiam vários Cristianismos,
cada um com sua própria interpretação da vida de Jesus e seus ensinamentos.
Quem lê os escritos deixados por esses grupos pode conhecer outros pontos de
vista sobre uma história contada há mais de 2000 anos.
O
importante é que estes textos não estão nas mãos da Igreja, portanto, não
correm o risco de serem corrompido como foi o Novo Testamento.
*O termo “apócrifo” significa
“diferente, “não reconhecido” e “estranho”. Mas não se trata dum significado
rigoroso, pois a palavra grega apocryphos quer dizer “escondido” e aplica-se aos
livros que se ocultavam do público, para serem consultados apenas por uma
classe privilegiada. Nada de ultrajante encerra o termo, já que os livros, pelo
contrário, dispunham de certo valor, nem por todos compreendidos.
Neste
blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes
seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero
que gostem, aguardo seus comentários e sugestões. Z3view@gmail.com
sábado, 13 de outubro de 2012
Cinema brasileiro: “Boca” traça biografia de famoso bandido paulista dos anos 1960
Daniel de Oliveira como Hiroito |
Cinebiografia de um dos mais famosos criminosos da história de São
Paulo, Hiroito de Moraes Joanides (1936-1992), "Boca", de Flávio
Frederico, não deixa igualmente de ser um cuidadoso retrato de um ambiente e de
uma época.
Diretor Flávio Frederico |
Contando com a interpretação empenhada de Daniel de Oliveira como
Hiroito, o filme, com roteiro do próprio Frederico e de Mariana Pamplona,
partindo de uma autobiografia escrita pelo personagem, traça o perfil de um
homem violento e contraditório.
Filmado em boa parte no centro histórico de Santos, amparando-se
na bela fotografia de Adrian Teijido, "Boca" define os limites do
mundo claustrofóbico de Hiroito, desfrutando de luxo em sua casa, ao lado da
mulher, a ex-prostituta Alaíde (Hermila Guedes), mas também vivendo boa parte do
tempo como fugitivo.
Diretor de fotografia Adrian Teijido |
Falecido no último dia 14
de junho, o cineasta Carlos
Reichenbach, figural
central do filme, é homenageado na programação, que exibe filmes de sua
autoria.
Cineasta Carlos Reichenbach |
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Em busca dos antigos manuscritos cristãos - Parte 1
Antigo manuscrito cristão encontrado em 1945 na cidade de Nag Hammadi, Egito |
Você
já imaginou um fenômeno religioso mais diversificado do que o Cristianismo
moderno? Há igreja Católica Romana, Católica Ortodoxa, Presbiteriana,
Metodista, Batista, Adventista, Assembléia de Deus e uma multidão de
denominações Neo pentecostais.
Mais
diversificado do que este fenômeno do Cristianismo moderno é o Cristianismo
antigo.
Imagine
as escolhas com que os cristãos se deparavam nos séculos II e III. O que é
melhor? A igreja Ebionita ou Marcionita? Gnóstica ou Proto-ortodoxa? Uma igreja
que acredita num Deus Uno, ou numa Trindade? Uma igreja que aceita os
Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, ou os Evangelhos de Tomé, Filipe e Maria?
Esses
dois séculos foram praticamente ricos em diversidade teológica entre os
primeiros cristãos. De fato, a diversidade teológica era tão difundida que
grupos que se auto-qualificavam de cristãos aderiram a crença e as práticas que
muitos cristãos hoje classificariam como tudo, menos cristãos.
Durante
os séculos II e III, não havia acordo quanto a um cânon – nem acordo quanto a
uma teologia. Em vez disso, havia um amplo leque de diversidade. Diversos
grupos afirmando diversas teologias baseadas em diversos textos escritos, todos
reivindicando terem sido escritos pelos primeiros seguidores de Jesus.
Mas
praticamente todas as formas do cristianismo moderno querem, aceite ou não, originam-se
de uma única fonte de Cristianismo que emergiu como vitoriosa dos conflitos dos
séculos II e III. Esse grupo foi o que se aliou ao Império Romano. Essa forma
única decidiu qual era a perspectiva “correta”; e determinou que formas de
Cristianismo fossem marginalizadas, postas de lado, destruídas. Também decidiu
quais livros canonizar no Novo Testamento e quais deixarem de lado como “hereges”.
Em
325 d.C., o Imperador romano Constantino convocou o Concílio de Nicéia. Constantino
visava dotar a igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões dentro da nova
igreja que nascia, ameaçava sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto,
um concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
Foi
no Concílio de Nicéia que deram os passos decisivos no sentido de criar uma
igreja unificada, engendrada de forma a servir ao Imperador como forma de
domínio político e social.
O
Concílio de Nicéia foi instituído com o fim de fabricar a doutrina de uma nova
igreja concebida para o fácil controle do povo.
Em
Nicéia que foram instituídas as primeiras “ferramentas” facilitadoras da
criação de um Deus, bem como na escolha dos Evangelhos que, a partir deste Concílio,
passaram a serem os únicos textos considerados sagrados no Cristianismo.
Em
331 d.C. seis anos depois de Nicéia, Constantino ordenou que uma “Bíblia”
ecumênica fosse escrita.
Constantino
queria uma Bíblia que seria aceitável a pagãos como também a cristãos, e
Eusébio (seguidor de Orígenes de Alexandria) foi nomeado para dirigir esta
tarefa.
Esta
Bíblia foi escrita para concordar com os objetivos da nova igreja que nascia
Católica e Romana e que se autodenominava detentora da “ortodoxia”.
Foi
neste período que Constantino ordenou a destruição de todos os outros
manuscritos cristãos antigos, proibiu, também, a leitura e a posse de qualquer
literatura cristã, que não fosse umas das 50 Bíblias e a pena a desobediência
deveria ser a morte.
Os
Codex Siaiticus e Vaticanus são exemplo sobreviventes da 50 Bíblias de
Constantino.
Você
sabia que a sua Bíblia é uma cópia das 50 Bíblias de Constantino?
Neste
blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes
seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero
que gostem, aguardo seus comentários e sugestões: z3view@gmail.com
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Aparecida: A verdadeira história
Porto de Itaguaçu, Aparecida início do século XX |
As
lendas sobre a “Serra das Esmeraldas” povoou o imaginário dos colonizadores
desde o primeiro momento.
Em
1674, partiu Fernão Dias, o mais famoso Bandeirante, em busca de tal serra.
Após
a saga de Fernão Dias, na frustrada “Caça as Esmeraldas”, multiplica-se o
número de Bandeiras. Logo a seguir, vários Bandeirantes paulistas descobrem
novas jazidas de ouro em Minas do Ouro (Minas Gerais), Transformando o Brasil
no maior centro mundial de produção de ouro do século XVIII.
Com
o fim da “Caça as Esmeraldas” (1713) dão lugar, então, ao importante “Ciclo do
Ouro”.
Naquela
época em que o Brasil era colônia de Portugal, não se dividia ele em Províncias
ou Estado como hoje. O Brasil, então, era dividido em Capitanias, dirigido cada
qual por um Governador nomeado pela Coroa de Portugal.
A
produção das minas crescia, ao passo que os tributos enviados à Corte
permaneciam estagnados. Em Portugal cobrava-se uma explicação; esta residia no
contrabando, que enorme prejuízo causava à fazenda real.
No
dia 4 de setembro de 1717, num ambiente de revolta pelo desvio do ouro, Dom
Pedro de Almeida, Conde de Assumar, foi indicado pela Coroa de Portugal como
terceiro Governador da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro. Competia ao
governador recém-empossado restabelecer a ordem, por fim ao contrabando de ouro
e a moralização do clero que ali vivia dissolutamente, praticando desde delitos
e desrespeito ao celibato, como também se envolvia no trafico do ouro para o
Vaticano.
Ciente
da gravidade da situação em Minas, o Conde de Assumar decide intervir
pessoalmente. No dia 26 de setembro, mandou um emissário a Minas do Ouro, para
avisar a todos os administradores de sua próxima visita. No dia seguinte, saiu
de São Paulo e rumou em direção ao Vale do Paraíba parando primeiro em Mogi das
Cruzes, depois em Jacareí, Caçapava, Taubaté e Pindamonhangaba, chegando à Vila
de Santo Antônio de Guaratinguetá no dia 17 de outubro e lá permaneceu até o
dia 30, esperando por sua bagagem que havia deixado
em Parati para ser enviada a Guaratinguetá em tropa de animais, aonde só chegou
no dia 28.
Por sua privilegiada localização, a
Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, situada na passagem para Minas Gerais,
funcionava como entreposto, o que gerou o estabelecimento de uma elite fidalga
na região.
Na véspera da chegada do Governador a Guaratinguetá, a Câmara
Municipal contratou diversos pescadores para trazerem uma boa quantidade de
peixes, que seriam preparados para o banquete, que foi elaborado com todo o
requinte, objetivando agradar o ilustre Governador e sua comitiva. Por ser o catolicismo a religião oficial do Reino, o
vigário destacava-se nas cidades como autoridade mais importante.
Em
Guaratinguetá, na ocasião, era vigário, o jovem padre José Alves Vilela. Em 7
de setembro de 1514, através da Bula Dum
Fidei Constantiam, o papa Leão X concedeu a D. Manuel I e a seus sucessores
o padroado de todas as igrejas fundadas e a fundar no ultramar. Ou seja, a
igreja delegava ao monarca de Portugal a organização da igreja católica em seus
domínios. O Rei mandava construir igrejas, nomeava os bispos, sendo estes
aprovados pelo papa. Portanto, a nomeação dos bispos dependia inteiramente da
indicação feita pelo Rei.
O
padre Vilela desejava ser bispo. Percebeu na passagem do Conde de Assumar por
sua paróquia, a grande oportunidade, em conquistar a simpatia do Governador, e quem
sabe, ser apresentado como candidato ao bispado.
A
par das homenagens cívicas ao Governador promovidas pela Câmara, o padre
Vilela, como autoridade eclesiástica, programou festas religiosas de grande
pompa para impressionar o homenageado.
Desde sempre o clero gostou de se valer de seu ritualismo litúrgico para
engodar as autoridades civis com o objetivo de se manter prestigiado. O sonho
do padre Vilela era ser bispo, e ele tinha que conquistar o Governador para
alcançar esta posição. Tinha que arquitetar um plano infalível. Mas não tinha
muito tempo.
Padre
Vilela, esperava encontrar alguma coisa notável. Vilela conhecia e se
relacionava bem com um dos pescadores que fora contratado para a pesca. Felipe
Pedroso era seu nome. Em segredo, Vilela contando com a discrição e as
espertezas de Felipe Pedroso arquitetaram um plano. Pronto! Estava montado o
palco para o grande espetáculo.
O
sol ainda não despontará no morro do Tabuleiro quando os pescadores lançaram a
rede na curva do rio. Sabiam os pescadores que os peixes permanecem nas águas calmas
e não é possível pesca na turbulência da curva do rio. Mas, ingênuos, e
submissos, obedeceram. Na convicção de nada apanhar, surpresos, porém, ficaram
quando Felipe Pedroso retira das águas uma imagem, entalhada em terracota, nos
moldes de Murilo, que o clero se utiliza como símbolo da “Imaculada Conceição”
de Maria. Imediatamente Felipe Pedroso coloca a imagem dentro do embornal e
prossegue com a pesca. Obtida a quantidade de pescado exigida, foram entregar o
pescado. Felipe Pedroso e seus colegas pescadores Domingos Martins Garcia e
João Alves, jubilosos na sua crença ingênua, mostraram ao padre, misturado na
comitiva do Governador, a imagem. Comovido o vigário pelo sucesso do seu
empreendimento, em armar o cenário da peca “milagrosa”, despejava suas
expressões religiosas e deslambidas acentuando o “fator milagroso” daquele
achado.
Todo
o povo da região, estava presente na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá,
para receber o Governador e, ludibriados em suas crenças, exultavam com o
“milagre” sucedido.
Para
dar mais credibilidade ao seu estratagema religioso, o vigário entrega a imagem
a Felipe Pedroso, residente no sopé do morro dos Coqueiros. Partindo de
Guaratinguetá Assumar segue viagem, os fiéis, em procissão, acompanha o
felizardo pescador, que, com ar de piedade, colocou, sob a emoção dos
circunstantes, a imagem aparecida entre os “santos” do seu tosco oratório.
Inglórios
os esforços do vigário Vilela junto ao Governador! Tão atarefado de problemas
em sua curta estadia no Brasil à frente da Capitania de São Paulo e Minas do
Ouro, não teve sequer lembranças de sugerir ao Rei o nome do padre José Alves
Vilela pároco da Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá como candidato a bispo
de alguma diocese do reino. Sem perder
as esperanças o padre Vilela decidiu incentivar a devoção da imagem aparecida,
promovendo atos religiosos. Quem sabe se seu nome assim ligado a imagem aparecida
“milagrosamente”, o encheria de fama e repercutiria nos ouvidos do religioso
Rei Dom João V, que ouvia missas todos os dias.
Bem,
daqui pra frente vocês já sabem a história!
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