Z3: abril 2012

Há 500 anos atrás, a paisagem dominante na costa brasileira era a Mata Atlântica.

Este ecossistema estendia-se á partir do litoral, penetrando o continente.

Desde o período colonial, foram retiradas da mata árvores nobres, como o cedro, a peroba, o jacarandá, entre outras.

Segue a devastação da Mata Atlântica através da mineração, destruindo extensas áreas do Estado de Minas Gerais para a retirada do ouro e, consequentemente, a instalação de vilas e povoados.

Com a queda da mineração, um outro ciclo econômico inicia-se, a do café, este se instalou inicialmente nas regiões do Vale do Paraíba, Baixada Fluminense e Sul de Minas.

Na região do Vale do Paraíba, Aparecida experimentou está nova economia, se bem que rapidamente mas, com uma devastação violenta da mata original.

Aparecida, com seus 121Km², possui hoje menos de 4% (*) da mata primitiva espalhadas em poucos fragmentos.

No Morro do Tabuleiro um fragmento chama a atenção. A Mata do Corpo Seco.

Em março estive no Morro do Tabuleiro e ao chegar na Mata do Corpo Seco assustei com o cenário. Cerca de dois mil metros quadrados da mata foram destruídas pelo fogo. Mas, não é somente o fogo que está destruindo esse importante ecossistema. O descaso, a ganância e o desrespeito. O gado pasta livremente entre as árvores destruindo ainda mais o pouco que sobrou e preparando a área para a braquiária.

É triste ver a mata cada vez mais desfigurada e imaginar que ninguém faz nada para impedir a devastação do que sobrou.

É lamentável o que estão fazendo com a Mata do Corpo Seco. Até uns quinze anos atrás, a mata era quase fechada, trilha estreita, que se foi deteriorando ao longo do tempo.

Diz o professor Anderson: " Ao distanciar-se da natureza o homem distancia-se também de uma parte de si próprio, constrói um mundo baseado não só na exploração da natureza mas também do próprio homem. E é nesse sentido, que o mundo admite a devastação ambiental e cria mecanismos para legitimá-la". (**)

- É possível e devemos tomar uma atitude -.