domingo, 20 de janeiro de 2013

Cinema: Em 'Django Livre', Quentin Tarantino cria um faroeste-espaguete



O novo filme do cultuado diretor Quentin Tarantino chegou aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (18). Django Livre, estrelado por Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Samuel L.Jackson, Christoph Waltz, entre outros, conta a história de um escravo que se torna caçador de recompensas e se prepara para resgatar sua mulher do cárcere de um violento fazendeiro. O longa foi indicado ao Oscar em cinco categorias, incluindo Melhor Filme, e já levou dois prêmios no Globo de Ouro deste ano, de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro.

Christoph Waltz e Jamie Foxx, em Django Livre
Leonardo DiCaprio, em Django Livre
O pano de fundo na realidade é recheado de referências a diversos gêneros cinematográficos, em especial ao western spaghetti, além de uma trilha sonora moderna e muita violência e humor, elementos sempre presentes na obra de Tarantino.

Jamie Foxx e Franco Nero, em Django Livre
Uma curiosidade: Franco Nero, o Django dos anos 60 faz uma ponta na versão de Tarantino.

Franco Nero, o Django dos anos 60
Assista o Trailer Oficial de "Django Livre"



Assista o Making Of de "Django Livre"

                                       





domingo, 13 de janeiro de 2013

A fascinante religião pré-histórica da Inglaterra


Última parte

A Inglaterra romana: 43 – 1065 

Toda religião é, de alguma forma, válida. São verdadeiras quando compreendidas metaforicamente. Mas quando elas empacam nas próprias metáforas, quando essas metáforas são interpretadas como fatos, então surgem os problemas.
Joseph Campbel

Estátua do Imperador
Trajano, Londres
Se você já ouviu falar de povos bárbaros, os Celtas eram uma das etnias que formavam esse grupo.

O nome Celta vem do grego “kéltios”, que significa “bárbaro além das montanhas”. O pouco que sabemos sobre os Celtas, é através dos relatos romanos, que por sua vez, sempre os colocam como um povo hostil. Por isso o nome bárbaro (a origem do nome bárbaro é porque os gregos diziam que a fonética dos povos do norte da Europa tinha o som semelhante a bar-bar). Na realidade, os Celtas não eram um povo hostil, apenas defenderam seu território quando atacados pelos romanos.

Os primeiros invasores que chegaram à Inglaterra foram os Celtas no séc. VIII a.C. Eles dividiam-se em diversas tribos, como a dos gaélicos e a dos bretões. Em 43 d.C., os exércitos romanos derrotaram as tribos célticas e Roma dominou a área.

Os britânicos defenderam sua terra, mas os romanos, militarmente superiores, conseguiram dominar a ilha. Ao estabelecer na Grã-Bretanha, os romanos construíram fortes e muralhas a fim de proteger a província contra outros povos guerreiros. Os romanos fundaram Londinium a atual cidade de Londres. A Inglaterra prosperou sob o domínio romano e Londres começou a progredir como cidade portuária. Durante esse período, o Cristianismo chegou à ilha pela primeira vez.

Ruínas romana em Londres,
foto By: Z3 View
A influência romana também foi muito forte na cultura religiosa da Grã-Bretanha. Primeiro, a própria história de deuses Celtas foi desaparecendo, transformando-os apenas em deuses romanos com nomes Celtas (uma relação mais ou menos parecida com a da mitologia grega com a romana). 

Os romanos também levaram para a ilha o Cristianismo que, quando da retirada das forças romanas no século V, já tinha força considerável na Grã-Bretanha. Depois, as próprias disputas internas aumentaram a influência do Cristianismo, fazendo a religião Celta desaparecer gradativamente e sem deixar muitos registros históricos, pois os druidas recusavam-se a escrever sobre seus dogmas e rituais. E no próprio povo britânico, até mesmo entre os nobres, era raríssima a prática da escrita.

Sem sobras de dúvidas os romanos foram instrumento involuntário para chegada do Cristianismo nas terras dos Celtas.  

Normalmente, os Celtas são ligados ao Halloween e Wicca, o que era uma tradição entre eles, tratando-se de um povo politeísta. Mas pouco se fala sobre sua conversão ao Cristianismo.

A conversão dos Celtas ao Cristianismo aconteceu em meados do século V. Alguns estudiosos, afirmam que no século I, havia seguidores do Cristianismo na Inglaterra (é provável, tratando-se dos gálatas serem um povo celta). Os grandes expoentes da conversão dos Celtas ao Cristianismo são os santos Patrick e Columba.

Algumas das características fundamentais do Cristianismo Celta, é que eles não eram ligados ao poderio do Papa – o que provocava um problema com Roma – e dessa forma, não se colocavam debaixo das regras do Cristianismo Católico Romano. Combatido pela Igreja de Roma – foi mesmo, por vezes, considerado herético – o Cristianismo Celta conhece numerosas evoluções que marcam o conjunto do Cristianismo.

Os Celtas também acreditavam cegamente na Trindade, porque na sua cultura, o número três era o número que organizava todas as leis e regras de sua antiga religião. Por isso não tiveram dificuldade em crer na Trindade.

Como a religião dos druidas era fortemente ligada à natureza, aqueles que se converteram ao Cristianismo preservaram essa característica. Os cultos dos Celtas eram realizados no meio das florestas e suas canções sempre exaltavam o Deus que criou todas as coisas. Isso fazia com que os Celtas fossem cuidadosos com a natureza.
Após a conversão dos Celtas ao Cristianismo, a Cruz Celta tornou-se um emblema da Igreja Cristã Celta.

Cruz Celta, New Forest,
Hampeshire, Inglaterra,
foto By: Z3 View
A origem da Cruz Celta não é clara, mas ela era conhecida por ser um símbolo do deus sol gaulês Taranis, comparado ao Júpiter dos romanos. Segundo Thomas Rausch, foi originalmente um símbolo indo-europeu de fertilidade.

Este símbolo é uma derivação da Cruz Solar e aparece por toda a Europa desde o terceiro milênio a.C. (Idade do Bronze), tendo sido utilizado, sobretudo pelos povos Celtas (Celtiberos, Gauleses e Gaélicos), mas também pelos povos nórdicos.

Apesar de muitas vezes ser confundido com um símbolo da Cristandade, a Cruz Celta é muito anterior, com algumas representações datadas de 5.000 a.C.

Com a conversão da Inglaterra ao Cristianismo, o símbolo foi rapidamente absorvido pela nova ordem social e transformado numa cruz cristã.

Cada povo tem sua espiritualidade, cada época também. Como entidades vivas que são as religiões evoluem e se transformam ao longo do tempo; adéquam às mudanças sócio-culturais, absorvem elementos trazidos pelo contato (pacífico ou belicoso) com outras culturas, desenvolvem-se continuamente num processo orgânico e irresistível.

A espiritualidade Celta não é exceção: desde suas origens remotas até nossos dias, ela mantém-se viva e vigorosa, manifestando-se de diversas formas através das eras: no estudo do druidismo histórico, no “reconstrucionismo” moderno, no folclore das terras outrora habitadas por tribos Celtas, nos elementos absorvidos pelo Cristianismo que por ali se desenvolveu, nas modernas re-interpretações, na música e na literatura produzida em idiomas Celtas, nos movimentos nacionalistas das nações Celtas.

Evidentemente, cada uma dessas múltiplas manifestações é incapaz de apresentar ou representar a Alma Celta por inteiro: quando muito, retratam uma de suas várias facetas. Até por isso, aos desejosos de compreender a herança Celta e desfrutar de sua riqueza fica a certeza de que jamais podemos supervalorizar qualquer uma dessas manifestações em detrimento das demais, sob pena de terem uma visão muito simplista – para não dizer distorcida – do que é, de fato, a Alma Celta.

Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões. Z3view@gmail.com



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Cinema em Guaratinguetá: últimos capítulos do filme "Aconteceu nos Mottas"

Aconteceu nos Mottas - capítulos finais

Aconteceu nos Mottas parte 17


Aconteceu nos Mottas parte 18 


Aconteceu nos Mottas final


A fascinante religião pré-histórica da Inglaterra

Terceira parte

Idade do Ferro (750 a.C. – 42 d.C.)

Antigo símbolo Celta 
A Idade do Ferro foi um período onde os humanos de todo o mundo começaram a aprender a extrais e derreter este metal para fabricar armas, ferramentas e utensílios.

O uso do ferro foi, ao longo dos anos, se espalhando pelo mundo, e chegando à Grã-Bretanha por volta de 750 a.C. E tornando-se conhecido dos celtas por volta de 450 a.C..

Para a história, os celtas surgiram – bem timidamente, é verdade – por volta de 500 a.C., segundo testemunho deixado pelos gregos, depois pelos romanos. Mas isso não significa que eles não tenham existido antes dessa data: as descobertas arqueológicas mais recentes indicam que a civilização estaria em algumas regiões da Europa desde o fim da Idade do Bronze, isto é, entre 900 e 700 a.C. Fala-se até em “protoceltas”, sem que se possa definir com precisão a qual etnia pertencia, nem sua área de ocupação.

A aparição dos celtas, não importa qual seja sua especificidade, corresponde ao início da utilização do ferro, o que faz com que, com freqüência, se confunda a civilização céltica com da Idade do Ferro.

Reconstrução de uma casa Celta
Não existiu uma raça céltica, como também nunca houve um império céltico nos moldes romanos: o que uniu os celtas foi uma comunidade de língua, religião, estrutura socioculturais e, em última analisa, um estado de espírito. Aqueles que chamamos de celtas não passam, na sua origem, de uma pequena elite guerreira e intelectual que se sobrepôs, em um dado momento, aos povos que habitavam a parte ocidental da Europa. Essa elite “celtizou” as populações nativas e arrasto-as em sua agitação política, cultural e religiosa. Assim, nasceram as civilizações célticas.

Na religião céltica os druidas eram sacerdotes, a natureza e as questões sobre respeito à vida acima de qualquer coisa é o ideal de um druida, sendo curandeiros possuíam o papel de curar a si mesmo, a comunidade e a natureza. Como os maiores sábios e seres dotados de dons especiais, os druidas eram conselheiros de reis e sacerdotes das tribos. Praticamente tudo que é sabido sobre os druidas, foi relatado por historiadores gregos e romanos que tiveram contato com os celtas nos séculos que antecederam ao cristianismo. Descreveram como poderosos sacerdotes dos povos celtas, sábios e juristas, poetas, contador de mitos e lendas, místicos e conselheiros. 

A raiz da religião dos celtas era a baseada na reverência a Grande Deusa Mãe. A natureza era a expressão máxima da Deusa Mãe. A divindade máxima era feminina, a Deusa Mãe, cuja manifestação era a própria natureza e por isso a sociedade celta, embora não fosse matriarcal, mesmo assim a mulher era soberana no domínio das forças da natureza. A religião celta era politeísta com características animistas, sendo os ritos quase sempre realizados ao ar livre. O calendário anual possuía várias festas místicas, como o Imbolc e o Belthane, assim como celebrações dos equinócios e solstícios.

Os celtas eram conhecidos pela cremação de seus mortos (normalmente, isso é visto como uma forma de libertar as almas dos mortos do receptáculo de carne), que os diferia dos povos anteriores, que enterravam os corpos em monumentos tumulares. 
Sabemos pouco sobre esses povos tão influenciadores de mitos em toda a Europa, porque eles não usavam a escrita para transmitir sua sabedoria, praticando a tradição oral como meio de preservação de seu conhecimento. Ao contrário de religiões que têm como base textos sagrados dogmáticos, os celtas não ficam limitados a escrituras ou leis.
Um celta segue as estações do ano, e o ciclo da Natureza. Um celta não segue regras como qualquer religião, pois tudo é baseado na naturalidade e no amor que a natureza perfeita criou seus rituais não devem ser escritos, mais sim sentidos no fundo do ser e conectado ao universo com a inspiração que é denominada como magia.

O mistério de um celta é a conexão do ser com a Natureza, outra pessoa, o mundo em que vive seu trabalho, seu alimento, seus desejos mais intensos. Tudo emana energia do ser o ser é energia. Toda energia é sagrada e deve ser respeitada e honrada. Assim como todas as formas de vida sem exceção.

Os druidas não construíam templos, pois criam que, para adorar os deuses da natureza, o melhor a fazer era integrar-se a essa natureza. O próprio termo “druida” está relacionado às árvores – uma tradução aproximada dos componentes originais da palavra é “aquele que tem a sabedoria do Carvalho”, árvore venerada pelos druidas.

O fato inquestionável, contudo, permanece que a cultura celta possuía – como costuma acontecer em sociedades não-urbanas – uma íntima e profunda ligação com a Natureza e seus ciclos; isso fica claro nos festivais sagrados celebrados pelos druidas em cada uma das estações do ano, honrando a transformação e as mudanças da paisagem e dos ciclos da vida. Quando as legiões romanas invadiram as terras celtas, trazendo consigo os conceitos da urbanização e da guerra de anexação, o druidismo sofreria um golpe fatal.

Mas é bom deixar claro que nem druidas, nem celtas eram “ecologistas”, hippies “paz e amor” ou tranqüilos “mestres zen”: a cultura celta, como todas as de origem indo-européia, era belicosa e a guerra era parte dessa sociedade. Muitas disputas, até mesmo entre druidas, eram decididas na ponta da espada. Estamos falando da Idade do Ferro européia.

Cinema em Guaratinguetá: Aconteceu nos Mottas

Aconteceu nos Mottas parte 13

Aconteceu nos Mottas parte 14


Aconteceu nos Mottas parte 15


Aconteceu nos Mottas parte 16