sábado, 20 de abril de 2013

O Seqüestro de Edgardo Mortara

Edgardo Mortara
Neste post quero mostrar a história verídica de um seqüestro de criança pela toda poderosa instituição criminosa, que infelizmente em pleno século XXI , ainda vem seduzindo, incautos homens e mulheres.

Em 1858, Pio IX criou um escândalo internacional, que terminou o seu poder temporal e quase destruiu o papado depois que ele seqüestrou uma criança judia de seis anos.

Papa Pio IX
O seqüestro de Edgardo Mortara, um menino judeu de apenas seis anos, abalou Itália. O garoto foi seqüestrado pelos inquisidores de Bolonha, num lamentável dia de 1858, sob protestos e desesperos dos pais. O ato arbitrário era uma ordem do Vaticano. Edgardo, judeu batizado clandestinamente, deveria submeter-se às leis católicas num mosteiro. O caso real virou causa internacional no século XIX e inspirou David I. Kertzer a dissecar uma das mais intrincadas teias de intrigas da história do catolicismo.

A ação da inquisição teve sérias repercussões. Os pais do menino, que viviam confinados pelo preconceito em guetos judeus, demoraram a compreender o motivo do seqüestro  uma criada da casa, com intenção de curar o garoto de uma doença grave, o havia batizado. Este provável ato de crendice exigiu a atenção da inquisição, que raptou o garoto de seus pais para garantir a conversão plena de Edgardo ao catolicismo, num país ainda dominado pelas leis do papado.

O autor narra a peregrinação dos pais em busca do filho e aproveita os tons de drama para revelar sórdidos acontecimentos de bastidores realizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. David I. Kertzer usa sua competência como professor para enriquecer a trama. Explica o cenário, traça o perfil do papa Pio IX e esmiúça as guerras que castigaram a Itália ao longo dos séculos. Mas, sobretudo, mostra como este caso mobilizou a opinião pública nos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, abalando o domínio católico e ultrapassando o âmbito religioso para ganhar importância política.

David I. Kertzer nasceu em Nova York, em 1948. É professor de sociologia na Paul Dupee Jr. University e dá aulas de Antropologia e História na Brown University. Recebeu duas vezes, em 1985 e 1990, o prêmio Marraro, concedido pela Sociedade de Estudos Históricos da Itália por seus estudos sobre a história italiana.

David I. Kertzer, O Seqüestro de Edgardo Mortara, Ed. Rocco, Rio de Janeiro – 1998.


domingo, 7 de abril de 2013

Aparecida: Dólmen pré-histórico ou um capricho da natureza?


No Morro do Tabuleiro em Aparecida-SP, num lugar conhecido como Itamaracá (em Tupi-Guarani = pedra do sino), encontra-se uma formação rochosa espetacular. Um dólmen pré-histórico ou um capricho da natureza?


Morro do Tabuleiro, local chamado de Itamaracá em Aparecida-SP
No período Neolítico  (período em que a agricultura foi bastante forte) surge um novo cenário que acaba sendo favorável à sobrevivência humana. Esse cenário tem como características as proximidades com rios, cujas cheias regulares ajudavam na fertilização do solo e como conseqüência aumentava o cultivo agrícola. Também podemos citar como outras características, a descoberta do fogo e do metal, que aliadas às transformações no ambiente, permitiram ao homem um maior controle da natureza.

Dessa maneira, o homem inicia o processo de abandono das cavernas e passa a construir suas próprias moradias. Essas moradias são conhecidas e denominadas Nuragues, que significam construções edificadas em pedra.

Já os Dolmens  são construções que também fazem parte do período Neolítico, porém existiam diferenças entre elas e os Nuragues. Os Dolmens consistiam em formações arquitetônicas rochosas construídas para fins tumulares.

Os dolmens são monumentos megalíticos tumulares (datados desde o fim do V milênio a.C. até ao fim do III milênio a.C.). O nome deriva do Bretão dol = mesa e men = pedra. Também são conhecidos por antas, orcas, arcas e menos vulgarmente, por palas.


Dólmen pré-histórico ou capricho da natureza?
É na Andaluzia e no Sul de Portugal que, no entender dos arqueólogos, se situa o centro de onde irradiou a chamada cultura dolmenica ou megalítica.

No Brasil, mais precisamente na Bahia, há um Dólmen na cidade de Paramirim, a 15 km de Santana, conhecido como Pedra de Santana, e outro em Goiás, na cidade de Anicuns, que fica a 74 km de distância da capital Goiânia. Estes são os únicos Dolmens do país e, talvez, de toda a América do Sul.

No entanto, recentemente na cidade de Senador Pompeu, Ceará distante 280 Km de Fortaleza foi encontrado pelo pesquisador Valdecy Alves um dólmen numa localidade chamada de Pedras Grandes.


Dólmen Senador Pompeu-CE
Para concluir, podemos afirmar que todas essas construções (Nuragues e Dolmens) podem ser consideradas as primeiras construções realizadas pelo homem e também a primeira manifestação de vontade e necessidade das sociedades criarem e se organizarem.