domingo, 1 de dezembro de 2013

Pedra Lápis-Lazúli

Montanhas de Badakhshan, Afeganistão

Uma explosão rasga o silêncio das montanhas de Badakhshan, uma província árida do noroeste do Afeganistão. Depois mais uma, até completar sete deflagrações, cada seguida da outra por um eco ensurdecedor que faz o visitante acreditar que está no meio de um combate sem trégua.

Mas aqui, nenhuma batalha, apenas a luta dos homens para encontrar o seu ganha pão de cada dia.

A pedra azul profundo é encontrada aqui nas falésias do Afeganistão, escondida entre as veias de mármore.

Por mais de 6.500 anos, a busca trabalhosa por uma pedra semipreciosa, o lápis-lazúli, nunca parou. Entre dinamite, suor, luxo e guerras, a história do lápis-lazúli através dos tempos contou com a intromissão de grandes figuras da história. Dos sumérios até o comandante Massoud, através de Michelangelo e Marie Antoinette todos têm em comum: a procura do precioso azul escuro.

Lápis-lazúli, conhecido também como lápis azul, é uma rocha metamórfica de cor azul utilizada como gema ou como rocha ornamental desde antes de 7.000 a.C. em Mehrgarh, na Índia, situada nos dias de hoje no Paquistão. A sua cor, azul-escura e opaca, fez com que esta gema fosse altamente apreciada pelos faraós egípcios, como pode ser visto por seu uso proeminente em muitos dos tesouros recuperados dos túmulos faraônicos. É ainda extremamente popular hoje. Do latim, a palavra significa “pedra azul.”


No antigo Egito, o lápis-lazúli era a pedra favorita para amuletos e ornamentos; foi usado também pelos assírios e pelos babilônicos nos selos cilíndricos (locais onde se gravavam pinturas contando a história do povo). As escavações egípcias que datam de 3000 a.C. continham milhares de artigos como jóias, muitos feitos de lápis. Os lápis pulverizados foram usadas por senhoras egípcias como uma sombra cosmética para o olho.

Como inscrito no capítulo 140 do Livro dos Mortos egípcio, o lápis-lazúli, na forma de um olho ajustado no ouro, foi considerado um amuleto de grande poder. No último dia do mês, oferecia-se este olho simbólico, porque se acreditava que, nesse dia, um ser supremo colocou tal imagem em sua cabeça. Os antigos túmulos reais sumérios de Ur, situados perto do rio Eufrates no baixo Iraque, continham mais de 6.000 estatuetas belamente executadas, de lápis-lazúli, de pássaros, cervos e roedores, bem como pratos, grânulos e selos de cilindro. Estes artefatos vieram indubitavelmente do material minerado em Badakhshan no norte do Afeganistão.

Segundo os esotéricos, esta pedra está associada ao poder!!! O lápis-lazúli tem o poder da clarividência e da intuição e, geralmente é usada em  meditações, pois  serve como purificador mental e espiritual. Além do que, o lápis-lazúli ajuda as pessoas  a desenvolverem a estabilidade e o poder da mente que possibilitara a atuação da força espiritual delas… O Lápis-lazúli atrai a mente para o interior à procura de sua própria fonte de poder.
No Egito antigo esta pedra era conhecida como a cor dos deuses e venerada como uma mensageira do céu. Os egípcios acreditavam que ao meditar sobre essa cor de pedra (azul), podiam tocar a barra do manto infinito de Deus.
Minha coleção de pedras Lápis-lazúli





domingo, 30 de junho de 2013

Inferno: Dan Brown

A palavra “inferno” não é bíblica. Ela apareceu pela primeira vez na Bíblia, em 384 d.C., quando Jerônimo traduz os termos “sheol” palavra hebraica e “hades” palavra grega que é sinônimo de “sepultura” por “infernus”, na famosa Vulgata Latina. Infernus quer dizer apenas “lugar inferior”.

Mas foi o poeta Dante Alighieri (1265-1321) em seu poema “A Divina Comédia” que definiu nossas visões modernas do inferno. A obra é um poema narrativo rigorosamente simétrico e planejado que narra uma odisséia pelo inferno, purgatório e paraíso, descrevendo cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Dante, o personagem da história, é guiado pelo inferno e purgatório pelo poeta Virgílio, e no céu por Beatriz, musa em várias de suas obras.

De acordo com Dan Brown: A igreja católica tem muito a agradecer a Dante... O Inferno redefiniu a percepção medieval da danação. Antes dele, a idéia do mundo inferior nunca havia fascinado as massas de forma tão arrebatadora. Da noite para o dia, a obra de Dante cristalizou esse conceito abstrato de uma visão nítida e aterrorizante – visceral, palpável, inesquecível. Como era de esperar, após a publicação do poema, houve um enorme aumento no número de fiéis da Igreja Católica...

Dan Brown, o autor de O Código Da Vinci, lançou seu novo romance, Inferno, cujo nome e tema são emprestados da obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

O novo livro traz uma nova aventura do simbologista de Harvard, Robert Langdon, que também aparece em O Código Da Vinci e outros livros do autor.

A história começa com o professor Langdon acordando em um hospital na Itália sem lembrar como foi parar ali. Seguido por um assassino, ele dá a início a uma jornada por diversas cidades italianas, começando por Florença, para tentar decifrar códigos que fazem referência a passagens da clássica obra de Dante.

Enquanto que nos outros livros Dan Brown faz o leitor mergulhar no mundo das artes e apreciar a narrativa por esses fatores, Inferno mostra seu lado cientifico e social. O problema da superpopulação apresentado no livro faz com que seja impossível não pararmos para refletir sobre a atual situação que o planeta se encontra. O final do livro vai surpreender de forma magnífica o leitor.

Ao contrário de O Código Da Vinci  e Anjos e Demônios, Inferno trás apenas uma crítica a igreja católica. Acho que muitos leitores esperavam ver mais criticas e revelações sobre a religião, mas Brown se conteve e fez um singelo comentário, que talvez vá incomodar os mais conservadores, mas já está na hora de essas pessoas terem a mente mais aberta para as questões anticonceptivas.


Vale à pena ler mais este livro de Dan Brown. Eu já li e recomendo.

sábado, 20 de abril de 2013

O Seqüestro de Edgardo Mortara

Edgardo Mortara
Neste post quero mostrar a história verídica de um seqüestro de criança pela toda poderosa instituição criminosa, que infelizmente em pleno século XXI , ainda vem seduzindo, incautos homens e mulheres.

Em 1858, Pio IX criou um escândalo internacional, que terminou o seu poder temporal e quase destruiu o papado depois que ele seqüestrou uma criança judia de seis anos.

Papa Pio IX
O seqüestro de Edgardo Mortara, um menino judeu de apenas seis anos, abalou Itália. O garoto foi seqüestrado pelos inquisidores de Bolonha, num lamentável dia de 1858, sob protestos e desesperos dos pais. O ato arbitrário era uma ordem do Vaticano. Edgardo, judeu batizado clandestinamente, deveria submeter-se às leis católicas num mosteiro. O caso real virou causa internacional no século XIX e inspirou David I. Kertzer a dissecar uma das mais intrincadas teias de intrigas da história do catolicismo.

A ação da inquisição teve sérias repercussões. Os pais do menino, que viviam confinados pelo preconceito em guetos judeus, demoraram a compreender o motivo do seqüestro  uma criada da casa, com intenção de curar o garoto de uma doença grave, o havia batizado. Este provável ato de crendice exigiu a atenção da inquisição, que raptou o garoto de seus pais para garantir a conversão plena de Edgardo ao catolicismo, num país ainda dominado pelas leis do papado.

O autor narra a peregrinação dos pais em busca do filho e aproveita os tons de drama para revelar sórdidos acontecimentos de bastidores realizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. David I. Kertzer usa sua competência como professor para enriquecer a trama. Explica o cenário, traça o perfil do papa Pio IX e esmiúça as guerras que castigaram a Itália ao longo dos séculos. Mas, sobretudo, mostra como este caso mobilizou a opinião pública nos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, abalando o domínio católico e ultrapassando o âmbito religioso para ganhar importância política.

David I. Kertzer nasceu em Nova York, em 1948. É professor de sociologia na Paul Dupee Jr. University e dá aulas de Antropologia e História na Brown University. Recebeu duas vezes, em 1985 e 1990, o prêmio Marraro, concedido pela Sociedade de Estudos Históricos da Itália por seus estudos sobre a história italiana.

David I. Kertzer, O Seqüestro de Edgardo Mortara, Ed. Rocco, Rio de Janeiro – 1998.


domingo, 7 de abril de 2013

Aparecida: Dólmen pré-histórico ou um capricho da natureza?


No Morro do Tabuleiro em Aparecida-SP, num lugar conhecido como Itamaracá (em Tupi-Guarani = pedra do sino), encontra-se uma formação rochosa espetacular. Um dólmen pré-histórico ou um capricho da natureza?


Morro do Tabuleiro, local chamado de Itamaracá em Aparecida-SP
No período Neolítico  (período em que a agricultura foi bastante forte) surge um novo cenário que acaba sendo favorável à sobrevivência humana. Esse cenário tem como características as proximidades com rios, cujas cheias regulares ajudavam na fertilização do solo e como conseqüência aumentava o cultivo agrícola. Também podemos citar como outras características, a descoberta do fogo e do metal, que aliadas às transformações no ambiente, permitiram ao homem um maior controle da natureza.

Dessa maneira, o homem inicia o processo de abandono das cavernas e passa a construir suas próprias moradias. Essas moradias são conhecidas e denominadas Nuragues, que significam construções edificadas em pedra.

Já os Dolmens  são construções que também fazem parte do período Neolítico, porém existiam diferenças entre elas e os Nuragues. Os Dolmens consistiam em formações arquitetônicas rochosas construídas para fins tumulares.

Os dolmens são monumentos megalíticos tumulares (datados desde o fim do V milênio a.C. até ao fim do III milênio a.C.). O nome deriva do Bretão dol = mesa e men = pedra. Também são conhecidos por antas, orcas, arcas e menos vulgarmente, por palas.


Dólmen pré-histórico ou capricho da natureza?
É na Andaluzia e no Sul de Portugal que, no entender dos arqueólogos, se situa o centro de onde irradiou a chamada cultura dolmenica ou megalítica.

No Brasil, mais precisamente na Bahia, há um Dólmen na cidade de Paramirim, a 15 km de Santana, conhecido como Pedra de Santana, e outro em Goiás, na cidade de Anicuns, que fica a 74 km de distância da capital Goiânia. Estes são os únicos Dolmens do país e, talvez, de toda a América do Sul.

No entanto, recentemente na cidade de Senador Pompeu, Ceará distante 280 Km de Fortaleza foi encontrado pelo pesquisador Valdecy Alves um dólmen numa localidade chamada de Pedras Grandes.


Dólmen Senador Pompeu-CE
Para concluir, podemos afirmar que todas essas construções (Nuragues e Dolmens) podem ser consideradas as primeiras construções realizadas pelo homem e também a primeira manifestação de vontade e necessidade das sociedades criarem e se organizarem.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Você já viu cabeça de bacalhau?

Você nunca viu e nunca verá porque bacalhau não é exatamente um peixe.

"Bacalhau não é peixe nem é carne. Bacalhau é bacalhau", diz um ditado português.


Bacalhau são o processo milenar ou o resultado de tratamento de peixes. O produto resultante do método de salga e secagem a que são submetidos cinco tipos de peixe, (gadus morua, macrocefalus, zarbo, cod e ling) inclusive o nosso pirarucu, das águas doces, batizado de "bacalhau da Amazônia", que passa pelo mesmo processo de maturação. É que é denominado bacalhau.








Por isso, bacalhau fresco não existe. Quando solicitado em uma receita, entenda-se um desses cinco tipos de peixe antes de passar pelo processo de salga e secagem, com características diferentes de textura, cor e sabor.

Foi à igreja medieval que impulsionou o consumo de peixe em dias de jejum de “comida de carne vermelha”, nos quais eram permitidos só alimentos frios.

De lá para cá, a tradição se mantém: a Páscoa consagrou as receitas de bacalhau.
Esses peixes, que passam por processo de salga e secagem - nessa ordem - e que se presta a dar vida ao bacalhau, costumam ser enriquecidos com gordura, para que fiquem tenros e não secos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Cinema: Em 'Django Livre', Quentin Tarantino cria um faroeste-espaguete



O novo filme do cultuado diretor Quentin Tarantino chegou aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (18). Django Livre, estrelado por Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Samuel L.Jackson, Christoph Waltz, entre outros, conta a história de um escravo que se torna caçador de recompensas e se prepara para resgatar sua mulher do cárcere de um violento fazendeiro. O longa foi indicado ao Oscar em cinco categorias, incluindo Melhor Filme, e já levou dois prêmios no Globo de Ouro deste ano, de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro.

Christoph Waltz e Jamie Foxx, em Django Livre
Leonardo DiCaprio, em Django Livre
O pano de fundo na realidade é recheado de referências a diversos gêneros cinematográficos, em especial ao western spaghetti, além de uma trilha sonora moderna e muita violência e humor, elementos sempre presentes na obra de Tarantino.

Jamie Foxx e Franco Nero, em Django Livre
Uma curiosidade: Franco Nero, o Django dos anos 60 faz uma ponta na versão de Tarantino.

Franco Nero, o Django dos anos 60
Assista o Trailer Oficial de "Django Livre"



Assista o Making Of de "Django Livre"

                                       





domingo, 13 de janeiro de 2013

A fascinante religião pré-histórica da Inglaterra


Última parte

A Inglaterra romana: 43 – 1065 

Toda religião é, de alguma forma, válida. São verdadeiras quando compreendidas metaforicamente. Mas quando elas empacam nas próprias metáforas, quando essas metáforas são interpretadas como fatos, então surgem os problemas.
Joseph Campbel

Estátua do Imperador
Trajano, Londres
Se você já ouviu falar de povos bárbaros, os Celtas eram uma das etnias que formavam esse grupo.

O nome Celta vem do grego “kéltios”, que significa “bárbaro além das montanhas”. O pouco que sabemos sobre os Celtas, é através dos relatos romanos, que por sua vez, sempre os colocam como um povo hostil. Por isso o nome bárbaro (a origem do nome bárbaro é porque os gregos diziam que a fonética dos povos do norte da Europa tinha o som semelhante a bar-bar). Na realidade, os Celtas não eram um povo hostil, apenas defenderam seu território quando atacados pelos romanos.

Os primeiros invasores que chegaram à Inglaterra foram os Celtas no séc. VIII a.C. Eles dividiam-se em diversas tribos, como a dos gaélicos e a dos bretões. Em 43 d.C., os exércitos romanos derrotaram as tribos célticas e Roma dominou a área.

Os britânicos defenderam sua terra, mas os romanos, militarmente superiores, conseguiram dominar a ilha. Ao estabelecer na Grã-Bretanha, os romanos construíram fortes e muralhas a fim de proteger a província contra outros povos guerreiros. Os romanos fundaram Londinium a atual cidade de Londres. A Inglaterra prosperou sob o domínio romano e Londres começou a progredir como cidade portuária. Durante esse período, o Cristianismo chegou à ilha pela primeira vez.

Ruínas romana em Londres,
foto By: Z3 View
A influência romana também foi muito forte na cultura religiosa da Grã-Bretanha. Primeiro, a própria história de deuses Celtas foi desaparecendo, transformando-os apenas em deuses romanos com nomes Celtas (uma relação mais ou menos parecida com a da mitologia grega com a romana). 

Os romanos também levaram para a ilha o Cristianismo que, quando da retirada das forças romanas no século V, já tinha força considerável na Grã-Bretanha. Depois, as próprias disputas internas aumentaram a influência do Cristianismo, fazendo a religião Celta desaparecer gradativamente e sem deixar muitos registros históricos, pois os druidas recusavam-se a escrever sobre seus dogmas e rituais. E no próprio povo britânico, até mesmo entre os nobres, era raríssima a prática da escrita.

Sem sobras de dúvidas os romanos foram instrumento involuntário para chegada do Cristianismo nas terras dos Celtas.  

Normalmente, os Celtas são ligados ao Halloween e Wicca, o que era uma tradição entre eles, tratando-se de um povo politeísta. Mas pouco se fala sobre sua conversão ao Cristianismo.

A conversão dos Celtas ao Cristianismo aconteceu em meados do século V. Alguns estudiosos, afirmam que no século I, havia seguidores do Cristianismo na Inglaterra (é provável, tratando-se dos gálatas serem um povo celta). Os grandes expoentes da conversão dos Celtas ao Cristianismo são os santos Patrick e Columba.

Algumas das características fundamentais do Cristianismo Celta, é que eles não eram ligados ao poderio do Papa – o que provocava um problema com Roma – e dessa forma, não se colocavam debaixo das regras do Cristianismo Católico Romano. Combatido pela Igreja de Roma – foi mesmo, por vezes, considerado herético – o Cristianismo Celta conhece numerosas evoluções que marcam o conjunto do Cristianismo.

Os Celtas também acreditavam cegamente na Trindade, porque na sua cultura, o número três era o número que organizava todas as leis e regras de sua antiga religião. Por isso não tiveram dificuldade em crer na Trindade.

Como a religião dos druidas era fortemente ligada à natureza, aqueles que se converteram ao Cristianismo preservaram essa característica. Os cultos dos Celtas eram realizados no meio das florestas e suas canções sempre exaltavam o Deus que criou todas as coisas. Isso fazia com que os Celtas fossem cuidadosos com a natureza.
Após a conversão dos Celtas ao Cristianismo, a Cruz Celta tornou-se um emblema da Igreja Cristã Celta.

Cruz Celta, New Forest,
Hampeshire, Inglaterra,
foto By: Z3 View
A origem da Cruz Celta não é clara, mas ela era conhecida por ser um símbolo do deus sol gaulês Taranis, comparado ao Júpiter dos romanos. Segundo Thomas Rausch, foi originalmente um símbolo indo-europeu de fertilidade.

Este símbolo é uma derivação da Cruz Solar e aparece por toda a Europa desde o terceiro milênio a.C. (Idade do Bronze), tendo sido utilizado, sobretudo pelos povos Celtas (Celtiberos, Gauleses e Gaélicos), mas também pelos povos nórdicos.

Apesar de muitas vezes ser confundido com um símbolo da Cristandade, a Cruz Celta é muito anterior, com algumas representações datadas de 5.000 a.C.

Com a conversão da Inglaterra ao Cristianismo, o símbolo foi rapidamente absorvido pela nova ordem social e transformado numa cruz cristã.

Cada povo tem sua espiritualidade, cada época também. Como entidades vivas que são as religiões evoluem e se transformam ao longo do tempo; adéquam às mudanças sócio-culturais, absorvem elementos trazidos pelo contato (pacífico ou belicoso) com outras culturas, desenvolvem-se continuamente num processo orgânico e irresistível.

A espiritualidade Celta não é exceção: desde suas origens remotas até nossos dias, ela mantém-se viva e vigorosa, manifestando-se de diversas formas através das eras: no estudo do druidismo histórico, no “reconstrucionismo” moderno, no folclore das terras outrora habitadas por tribos Celtas, nos elementos absorvidos pelo Cristianismo que por ali se desenvolveu, nas modernas re-interpretações, na música e na literatura produzida em idiomas Celtas, nos movimentos nacionalistas das nações Celtas.

Evidentemente, cada uma dessas múltiplas manifestações é incapaz de apresentar ou representar a Alma Celta por inteiro: quando muito, retratam uma de suas várias facetas. Até por isso, aos desejosos de compreender a herança Celta e desfrutar de sua riqueza fica a certeza de que jamais podemos supervalorizar qualquer uma dessas manifestações em detrimento das demais, sob pena de terem uma visão muito simplista – para não dizer distorcida – do que é, de fato, a Alma Celta.

Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões. Z3view@gmail.com



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Cinema em Guaratinguetá: últimos capítulos do filme "Aconteceu nos Mottas"

Aconteceu nos Mottas - capítulos finais

Aconteceu nos Mottas parte 17


Aconteceu nos Mottas parte 18 


Aconteceu nos Mottas final


A fascinante religião pré-histórica da Inglaterra

Terceira parte

Idade do Ferro (750 a.C. – 42 d.C.)

Antigo símbolo Celta 
A Idade do Ferro foi um período onde os humanos de todo o mundo começaram a aprender a extrais e derreter este metal para fabricar armas, ferramentas e utensílios.

O uso do ferro foi, ao longo dos anos, se espalhando pelo mundo, e chegando à Grã-Bretanha por volta de 750 a.C. E tornando-se conhecido dos celtas por volta de 450 a.C..

Para a história, os celtas surgiram – bem timidamente, é verdade – por volta de 500 a.C., segundo testemunho deixado pelos gregos, depois pelos romanos. Mas isso não significa que eles não tenham existido antes dessa data: as descobertas arqueológicas mais recentes indicam que a civilização estaria em algumas regiões da Europa desde o fim da Idade do Bronze, isto é, entre 900 e 700 a.C. Fala-se até em “protoceltas”, sem que se possa definir com precisão a qual etnia pertencia, nem sua área de ocupação.

A aparição dos celtas, não importa qual seja sua especificidade, corresponde ao início da utilização do ferro, o que faz com que, com freqüência, se confunda a civilização céltica com da Idade do Ferro.

Reconstrução de uma casa Celta
Não existiu uma raça céltica, como também nunca houve um império céltico nos moldes romanos: o que uniu os celtas foi uma comunidade de língua, religião, estrutura socioculturais e, em última analisa, um estado de espírito. Aqueles que chamamos de celtas não passam, na sua origem, de uma pequena elite guerreira e intelectual que se sobrepôs, em um dado momento, aos povos que habitavam a parte ocidental da Europa. Essa elite “celtizou” as populações nativas e arrasto-as em sua agitação política, cultural e religiosa. Assim, nasceram as civilizações célticas.

Na religião céltica os druidas eram sacerdotes, a natureza e as questões sobre respeito à vida acima de qualquer coisa é o ideal de um druida, sendo curandeiros possuíam o papel de curar a si mesmo, a comunidade e a natureza. Como os maiores sábios e seres dotados de dons especiais, os druidas eram conselheiros de reis e sacerdotes das tribos. Praticamente tudo que é sabido sobre os druidas, foi relatado por historiadores gregos e romanos que tiveram contato com os celtas nos séculos que antecederam ao cristianismo. Descreveram como poderosos sacerdotes dos povos celtas, sábios e juristas, poetas, contador de mitos e lendas, místicos e conselheiros. 

A raiz da religião dos celtas era a baseada na reverência a Grande Deusa Mãe. A natureza era a expressão máxima da Deusa Mãe. A divindade máxima era feminina, a Deusa Mãe, cuja manifestação era a própria natureza e por isso a sociedade celta, embora não fosse matriarcal, mesmo assim a mulher era soberana no domínio das forças da natureza. A religião celta era politeísta com características animistas, sendo os ritos quase sempre realizados ao ar livre. O calendário anual possuía várias festas místicas, como o Imbolc e o Belthane, assim como celebrações dos equinócios e solstícios.

Os celtas eram conhecidos pela cremação de seus mortos (normalmente, isso é visto como uma forma de libertar as almas dos mortos do receptáculo de carne), que os diferia dos povos anteriores, que enterravam os corpos em monumentos tumulares. 
Sabemos pouco sobre esses povos tão influenciadores de mitos em toda a Europa, porque eles não usavam a escrita para transmitir sua sabedoria, praticando a tradição oral como meio de preservação de seu conhecimento. Ao contrário de religiões que têm como base textos sagrados dogmáticos, os celtas não ficam limitados a escrituras ou leis.
Um celta segue as estações do ano, e o ciclo da Natureza. Um celta não segue regras como qualquer religião, pois tudo é baseado na naturalidade e no amor que a natureza perfeita criou seus rituais não devem ser escritos, mais sim sentidos no fundo do ser e conectado ao universo com a inspiração que é denominada como magia.

O mistério de um celta é a conexão do ser com a Natureza, outra pessoa, o mundo em que vive seu trabalho, seu alimento, seus desejos mais intensos. Tudo emana energia do ser o ser é energia. Toda energia é sagrada e deve ser respeitada e honrada. Assim como todas as formas de vida sem exceção.

Os druidas não construíam templos, pois criam que, para adorar os deuses da natureza, o melhor a fazer era integrar-se a essa natureza. O próprio termo “druida” está relacionado às árvores – uma tradução aproximada dos componentes originais da palavra é “aquele que tem a sabedoria do Carvalho”, árvore venerada pelos druidas.

O fato inquestionável, contudo, permanece que a cultura celta possuía – como costuma acontecer em sociedades não-urbanas – uma íntima e profunda ligação com a Natureza e seus ciclos; isso fica claro nos festivais sagrados celebrados pelos druidas em cada uma das estações do ano, honrando a transformação e as mudanças da paisagem e dos ciclos da vida. Quando as legiões romanas invadiram as terras celtas, trazendo consigo os conceitos da urbanização e da guerra de anexação, o druidismo sofreria um golpe fatal.

Mas é bom deixar claro que nem druidas, nem celtas eram “ecologistas”, hippies “paz e amor” ou tranqüilos “mestres zen”: a cultura celta, como todas as de origem indo-européia, era belicosa e a guerra era parte dessa sociedade. Muitas disputas, até mesmo entre druidas, eram decididas na ponta da espada. Estamos falando da Idade do Ferro européia.

Cinema em Guaratinguetá: Aconteceu nos Mottas

Aconteceu nos Mottas parte 13

Aconteceu nos Mottas parte 14


Aconteceu nos Mottas parte 15


Aconteceu nos Mottas parte 16