segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A fascinante religião pré-histórica da Inglaterra

Segunda parte


Zé Carlos em Avebury
Dando continuidade a última postagem, hoje  eu quero mostrar dois períodos em que a Inglaterra teve no passado: O Neolítico e a Idade do Bronze. Vamos ver como o homem daquela época se comportou fazendo religião e sepultando seus mortos.

Neolítico (4.000 – 2.500 a.C.)

O Neolítico pode ser definido como o momento em que os ser humano passa a dominar a natureza, iniciando desenvolvimento da agricultura e da pecuária. O homem torna-se então sedentário, abandonando o nomadismo que o caracterizava.

É também o período de construção dos monumentos megalíticos. São grandes construções de culto aos mortos e de rituais religiosos.

Os monumentos podem ter dois aspectos: menir e o dólmen. O primeiro é um bloco de pedra colocado verticalmente. O menir é certamente o monumento megalítico mais puro e mais simples: Uma pedra bruta ou apenas retocada, colocada no solo. Desde que se estudam estas pedras erguidas, todos se interrogam sobre seu real significado. Se os dolmens tinham uma utilidade imediata e hoje reconhecida, servindo de túmulos e às vezes de templos, os menires são antes símbolos, testemunhos deixados pelos homens do Neolítico às gerações futuras. O menir tem quase sempre a forma fálica, alguns contêm incisões em relevo, de significado desconhecido.

Menir
O dólmen consiste em duas ou várias lajes de pedra fixadas verticalmente entre as quais repousa horizontalmente uma terceira laje. Os dolmens são dos mais importantes e sem dúvida os mais disseminados monumentos megalíticos. Os dolmens foram sem dúvida túmulos. Os dolmens não são monumentos excepcionais e a pratica de sua construção devia ser coisa corrente durante dois milênios. Alguns foram descobertos à apenas um século. Estes monumentos são pedras largas e compridas colocadas horizontalmente sobre outras verticais, como mesas sobre as suas pernas.

É neste período que os cultos adquiriram uma estrutura mais organizada: as festividades acompanhavam a Roda do Ano e comemoravam datas importantes do calendário agrícola. Os rituais para os mortos passaram a ser mais importantes; por volta de 3.500 a.C., começaram a serem construídas as câmeras mortuárias dólmen. No dólmen eram sepultados apenas os ossos dos cadáveres, depois de serem descarnados ao ar livre pelas aves de rapina, estes eram enterrados com vasilhas de comida e bebida, armas, vários objetos pessoais e jóias.

Dólmen
 Alguns túmulos eram cercados de pedras no formato de círculos, com uma dupla finalidade: impedir que os espíritos dos mortos vagassem sobre a terra e para protegê-los de entidades espirituais maléficas. Um possível exemplo é Avebury no sul da Inglaterra, no condado de Wiltshire, onde existe um famoso círculo de pedra.

É um dos melhores e maiores monumentos Neolíticos da Europa, datando de 5.000 anos atrás. Originalmente era composto por 200 pedras eretas, pesando até 60 toneladas cada, que se encontravam dispostas em três círculos; uma combinação de fosso e rampa rodeava o conjunto. Sua finalidade original é desconhecida, embora os arqueólogos acreditem que ele pode ter sido utilizado para o culto aos antepassados.
Avebury, Inglaterra foto By: Z3 View
Os cultos aos ancestrais desempenhavam um papel fundamental a cultura Paleolítica, pois os antepassados eram vistos como protetores e guias da comunidade e deviam ser honrados.

Idade do Bronze (2.500 – 600 a.C.)

Pelo ano de 2.500 a.C., um afluxo de migrantes instalou-se na Inglaterra. Esses recém-chegados foram chamados os Beaker people (povo da taça) por causa da forma dos vasos de cerâmica, que são tão freqüentemente encontrados em suas tumbas. Os recém-chegados, embora poucos num primeiro momento parece ter se instalado rapidamente no sul da Inglaterra. O povo Beaker eram agricultores e arqueiros, eles também foram os primeiros metalúrgicos na Inglaterra, trabalhando primeiro em cobre e estanho, e mais tarde o bronze, que deu seu nome a esta época. 

Eles viviam freqüentemente agrupados em cemitérios familiares. A divindade principal ainda era a Mãe Terra, que assegurava a sobrevivência de todos os seres e recebia em seu ventre sagrado os mortos à espera do renascimento.

Um exemplo de túmulo daquela época é o monte de Silbury Hill. Silbury Hill é um monte de terra artificial a 40 metros de altura, é o mais alto monte feito pelo homem pré-histórico da Europa. Um dos monumentos mais misteriosas da Inglaterra. Construído camada por camada por mais de 100 anos, teve seu término por volta de 4.500 anos atrás. Uma investigação feita pela BBC em 1969 descobriu um estreito corredor que conduzia a uma câmera funerária subterrânea.
Silbury Hill, Inglaterra foto By: Z3 View
Esta representação de corredor e câmera (com formas uterinas) representa o canal vaginal e o útero materno. Ao lado das ossadas ali sepultadas eram intencionalmente depositadas urnas quebradas, que simbolizavam a deterioração do corpo físico e a liberdade do espírito. Colocavam também estatuetas femininas e colares de âmbar, precioso não apenas por serem jóias, mas também por serem oferendas para a Deusa Criadora e Ceifadora da Vida. A sociedade daquela época era matrilinear e matrifocal e a mulher eram vista como representante da Deusa na Terra e era sempre respeitada e honrada.

Stonehenge é um conjunto megalítico construído há milênios na planície de Salisbury, na Inglaterra. Embora profanado pelo tempo e pelos homens, em nada se perdeu da sua beleza e de seu esplendor. Stonehenge é construído, em sua parte central, por enormes monólitos de pedra azul que, segundo a opinião dos geólogos, deve ter sido trazida das montanhas Presely, a sudoeste do País de Gales (cerca de 213 Km em linha reta). Nos círculos mais externo é realmente formada por pedras locais, mas primorosamente preparadas.

Durante séculos especulou-se sobre as finalidades dessa estrutura. Mas um arqueólogo acredita ter encontrado finalmente o verdadeiro significado de Stonehenge, cercado de mistério durante mais de 4.500 anos.
Santuário de Stonehenge, Inglaterra foto By: Z3 View
Analisamos a revolucionária teoria do arqueólogo britânico Mike Parker Pearson, que considera este antigo monumento o centro de um dos maiores complexos religiosos pré-históricos do mundo. A sua equipe encontrou provas surpreendentes que embasam uma nova interpretação de Stonehenge e das pessoas que o construíram.

A poucos quilômetros de Stonehenge, as revelações começam quando a equipe descobriu a primeira evidência de que existiu ali um assentamento há 4.500 anos. Com pelo menos 300 casas, é o maior assentamento da Idade da Pedra no norte da Europa. No centro está às ruínas de um misterioso segundo círculo. As escavações e os testes de carbono revelaram que esse monumento perdido era, na verdade, uma réplica aproximada de Stonehenge, mas feito de madeira, e que os dois círculos foram erguidos ao mesmo tempo.

Stonehenge
Enquanto investigam como os dois podem estar relacionados, os arqueólogos já fizeram outra descoberta surpreendente: havia uma avenida imponente com 30 metros de largura feita de sílex prensado, saindo do segundo círculo de madeira de Durrington Walls. É a única via desse tipo encontrada na Inglaterra, e segue diretamente para o rio Avon, localizado nas proximidades. Houve outras descobertas mais impressionantes. Fossas cheias de ossos de animais dão pistas sobre a vida do antigo povo que construiu Stonehenge. Escavações para pilares encontradas numa colina acima do rio podem fornecer novas idéias sobre a forma como eles tratavam os mortos - e o papel que o grande círculo de pedra tinha nos rituais.

Parker Pearson acredita que Stonehenge foi construído para ser um centro religioso onde se realizavam solenes cerimônias aos antepassados. As novas escavações revelam que ele era ligado por grandes avenidas, destinadas a procissões, a outro grande círculo, construído em madeira - que representaria o mundo dos vivos. O monumento está alinhado com o nascer do Sol no Solstício de Inverno e com o Pôr-do-Sol no Solstício de Verão.



Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A fascinante religião pré-histórica da Inglaterra

Santuário de Stonehenge, foto By: Z3 View

Primeira parte

Zé Carlos
Neste post você encontrará o resumo do resumo de um estudo, onde analiso as evidências da religião pré-histórica dos antigos habitantes da Inglaterra.

O livro “The Pagan Religions of the Ancient British: Their Nature and Legancy”, de Ronald Hutton historiador e professor do Bristol University, foi o fator que me motivou a fazer está pesquisa.

Uma das descobertas mais fascinantes da minha vida tem sido de que a maioria do que estamos acostumados a chamar de espiritualidade teria sido sem sentido para os antigos habitantes da Inglaterra. Por espiritualidade quero dizer todo o cristianismo ortodoxo. Esta conclusão não foi fácil, nem foi súbita: ela veio a mim ao longo dos anos, como resultado de muito estudo e pesquisa.

Grã-Bretanha pré-histórica

Há uns 15.000 anos atrás a Grã-Bretanha não era um conjunto de ilhas. Nessa época, o sul da ilha estava ligado à Irlanda e a Europa Continental por uma ampla ponte de terra, no local ocupado atualmente pelo Canal da Mancha, permitindo a livre movimentação entre os dois territórios que era coberto de gelo da última Era Glacial.

Mesmo assim, o homem chegou ao território há cerca de 40.000 anos, no período Paleolítico (Idade da Pedra) onde ocorreu a mais antiga ocupação do território pelo homem.

Mas devido às condições difíceis da última Era Glacial, fugiram para o sul. Há cerca de 10.000 anos atrás, o clima do Planeta Terra começou a esquentar. O nível do mar subiu com o derretimento das placas de gelo, separando a Grã-Bretanha do continente europeu por volta de 6.000 anos atrás.

As pessoas que viviam nas ilhas da Grã-Bretanha eram descendentes dos primeiros humanos modernos, ou Homo Sapiens, que chegaram ao norte da Europa cerca de 30.000 - 40.000 anos atrás.

Numa terra praticamente virgem, homens, mulheres e crianças viviam em bandos isolados uns dos outros, os maiores podiam chegar a 200 pessoas. Alimentavam-se do que conseguiam com uma agricultura muito rudimentar, da caça e do que simplesmente catavam no mato. Eram seminômades, ou seja, ficavam num lugar apenas tempo suficiente para comer o que estava ao seu alcance, aí levantavam acampamento e iam embora. Suas vilas não eram nada mais do que simples acampamentos. Não construíam muita coisa além de totens ou amontoados de pedras. Não criaram escritas. Não tinham sistema político e seus líderes eram uma mistura de patriarca com guia espiritual.

Com a introdução da agricultura, as pessoas aprenderam a produzir em vez de adquirir sua alimentação, é amplamente considerada como uma das maiores mudanças na história humana.
Esta mudança aconteceu diversas vezes em vários lugares diferentes ao redor do mundo. O conceito de agricultura que atingiu a Grã-Bretanha entre cerca de 5.000 a.C. e 4.500 a.C., se espalhou por toda a Europa a partir de origens na Síria e no Iraque entre cerca de 11.000 a.C. e a.C. 9.000.
A mudança de um caçador-coletor para um modo de vida de produção agrícola é o que define o início do Neolítica ou Nova Idade da Pedra.
2.700 a.C., uma nova cultura chegou à Grã-Bretanha. As fases megalíticas de Stonehenge datam a esse período. Foi nesse período que a Idade do Bronze chegou à Grã-Bretanha. Durante os próximos mil anos, o bronze gradualmente substituiu a pedra como o principal material para a confecção de ferramentas e armas.
Por volta de 750 a.C. a técnica do trabalho em ferro chegou a Grã-Bretanha do sul da Europa. O ferro mais forte e mais abundante do que o bronze prevaleceu, e sua introdução marca o início da Idade do Ferro. O trabalhar em ferro revolucionou muitos aspectos da vida. Os celtas são considerados os introdutores da metalurgia do ferro na Grã-Bretanha, dando origem naquele continente à Idade do Ferro.

Os celtas viviam da agricultura em pequenos grupos de vilarejos no centro de suas plantações. Era um povo que também praticava a guerra e lutaram bastante contra a população que já vivia na Grã-Bretanha e contra outras tribos celtas.

A sociedade céltica era costumeiramente organizada através de clãs, onde várias famílias dividiam as terras férteis. A hierarquia mais ampla da sociedade céltica era composta pela classe nobiliárquica, os homens livres, servos, artesãos e escravos. Além disso, é importante destacar que os sacerdotes, conhecidos como druidas, detinham grande prestígio e influência.

A religiosidade dos celtas era marcada por uma série de divindades que possuíam poderes únicos ou tinham a capacidade de representar algum elemento da natureza ou animal. Com o passar do tempo, alguns mitos e deuses foram incorporados pelo paganismo romano e, até mesmo, na trajetória de alguns santos cristãos.

Os romanos protagonizaram a primeira grande invasão à Grã-Bretanha em 44 a.C.. As terras  que hoje são do Reino Unido foi parte do império romano por 400 anos. Até hoje, não é difícil encontrar pelo Reino Unido muitos sinais do império romano, como ruínas, estradas, fortes, casas de banho, monumentos, etc.
Por volta do ano 400 d.C. os anglo-saxões invadiram a Grã-Bretanha. A parte conquistada, entretanto foi dividida em diversos reinos, que muitos hoje são condados com os mesmos nomes. Lembre-se que até então não existiam os nomes Inglaterra, Escócia, País de Gales ou mesmo Reino Unido.
Lá pelo ano de 790 d.C., os Vikings dominaram a Grã-Bretanha por aproximadamente 300 anos e foram em grande parte responsáveis por algumas divisões políticas até hoje existentes no Reino Unido.
Religião primitiva no Paleolítico (30.000 – 10.000 a.C.)
Indícios arqueológicos demonstram que a área hoje conhecida como o sul da Inglaterra foi povoada bem antes do restante das Ilhas Britânicas, devido ao clima ameno entre e durante as diversas idades do gelo. É neste período que começa nosso estudo.
Apesar de convencionar-se a consolidação da religião no período Neolítico, a arqueologia registra que no Paleolítico houve uma religião primitiva baseada no culto à mulher da Grande Deusa Mãe. A Deusa era a grande Mãe Natureza, geradora, sustentadora e fonte de toda a vida.
Grande Deusa Mãe de Willendorf
Quando o homem adquiriu noção das estações do ano, esboçaram-se as primeiras idéias sobre a Roda do Ano (A Roda do Ano ou Círculo Sagrado, é o que simboliza a concepção de tempo do homem primitivo e posteriormente dos Celta. Eles não viam o tempo de forma linear, mas circular, cíclico). Havia um período quente e fértil, onde se realizavam as colheitas e a natureza mostrava todo seu esplendor. Neste período, reinava a Deusa em seu aspecto de Mãe Fértil. Mas havia outro período, o frio e escuro, quando as folhas das árvores secavam e caíam e tudo parecia estar morto.
O povo voltava a depender da caça para sobreviver, pois não podia viver dos alimentos coletados. Quem regia este período era o Deus da Morte (nesta época nasceram também os primeiros conceitos sobre a vida após a morte). As culturas desenvolveram-se com o passar dos séculos, e novos aspectos dos deuses foram descobertos. Cultos religiosos se estruturaram, centrados nos ciclos de nascimento, morte e renascimento da natureza. O tempo da plantação e o tempo da colheita eram muito importantes, marcados com festivais.

Roda do Ano
Este homem, o homem Neandertal da Grã-Bretanha é caracterizado como de altura baixa (em média 1.6 m), musculatura vigorosa, poderosa mandíbula e crânio desenvolvido. Ele era do frio, já que na Grã-Bretanha havia glaciações. Para se proteger do frio, ele se instalava em cavernas ou construía tendas de pele. Caçava, pescava, cozinhava seu alimento e fabricava instrumentos de pedra. Além disso, o Neandertal enterrava seus mortos. A prática do sepultamento revela uma preocupação com a vida após a morte, outro aspecto recheado de significados é a posição em que o corpo é encontrado, ele é virado para o leste, marcando a intenção de tornar o destino da alma solidário com o curso do sol, com a esperança de um renascimento. E também é posto em forma fetal, tendo a terra, no caso a cova, o simbolismo do útero. Oferendas e diversos tipos de adornos foram encontrados, que provavelmente serviriam para acompanhar na vida após a morte.
Sepultamento pré-histórico no Paleolítico

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fim do Mundo: 21 de dezembro 2012

Calendário Maia
O prognóstico maia do fim do mundo foi um erro histórico de interpretação, segundo revela o conteúdo da exposição “A Sociedade e o Tempo Maia” inaugurada recentemente no Museu do Ouro de Bogotá. O arqueólogo do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) e um dos curadores da mostra, Orlando Casares, explicou à Agência Efe que a base da medição do tempo dessa antiga cultura era a observação dos astros. Eles se baseavam, por exemplo, nos movimentos cíclicos do Sol, da Lua e de Vênus, e assim mediam suas eras, que tinham um princípio e um fim. “Para os maias não existia a concepção do fim do mundo, por sua visão cíclica”, explicou Casares, que esclareceu: “A era conta com 5.125 dias, quando esta acaba, começa outra nova, o que não significa que irão acontecer catástrofes; só os fatos cotidianos, que podem ser bons ou maus, voltam a se repetir.”

Para não deixar dúvidas, a exposição do Museu do Ouro explica o elaborado sistema de medição temporal dessa civilização. “Um ano dos maias se dividia em duas partes: um calendário chamado ‘Haab’ que falava das atividades cotidianas, agricultura, práticas cerimoniais e domésticas, de 365 dias; e outro menor, o ‘Tzolkin’, de 260 dias, que regia a vida ritualística”, acrescentou Casares.

A mistura de ambos os calendários permitia que os cidadãos se organizassem. Dessa forma, por exemplo, o agricultor podia semear, mas sabia que tinha que preparar outras festividades de sua deidade, ou seja, “não podiam separar o religioso do cotidiano.

Ambos os calendários formavam a Roda Calendárica, cujo ciclo era de 52 anos, ou seja, o tempo que os dois demoravam a coincidir no mesmo dia. Para calcular períodos maiores utilizavam a Conta Longa, dividida em várias unidades de tempo, das quais a mais importante é o “baktun” (período de 144 mil dias); na maioria das cidades 13 “baktunes” constituíam uma era e, segundo seus cálculos, em 22 de dezembro de 2012 termina a presente.

Com essa explicação querem demonstrar que o rebuliço espalhado pelo mundo sobre a previsão dos maias não está baseado em descobertas arqueológicas, mas em erros, “propositais ou não”, de interpretação dos objetos achados dessa civilização.

De fato, uma das peças-chave da mostra é o hieróglifo de Tortuguero 6, que faz referência ao fim da quinta era, a atual, neste dezembro, a qual se refere à vinda de Bolon Yocte (deidade maia).

As inscrições contidas no hieróglifo de Tortuguero 6 estão desgastadas a ponto de alguns trechos serem  indecifráveis, como pode ser notado abaixo, na representação das suas inscrições:



A única certeza que se tem sobre estas inscrições é com relação à referência ao término do B'ak'tun 13, que seria em 4 Ahaw 3 K'ank'in que, de acordo com a correlação GMT, corresponde a 21 de dezembro de 2012. Pelas nossas observações, tal data está registrada nos seguintes glifos demarcados:
Os pesquisadores não encontraram nada neste conjunto de hieróglifos que justificasse um suposto "fim do mundo" na referida data.



sábado, 15 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer: senhor das curvas

Caricaturistas homenageiam nas redes sociais Oscar Niemeyer, depois de sua morte em dia 5 de dezembro com uma exposição dos melhores cartoons sendo divulgados na internet.

Dinfronio
Alvaro Cabral
Aroeira
Bruno
Fernandes
J Bosco
Nelson Santos
Alan Souto
r
"Não é o ângulo reto que me atrai nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida.
“De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein."


Oscar Niemeyer

C

sábado, 17 de novembro de 2012

Igreja construída em 1880 está caindo em Aparecida-SP


Neste post vou fazer um repeteteco de dois outros post já publicados aqui. O primeiro em 17 de setembro de 2011 e o segundo em 7 de julho de 2012. Em ambos fiz referência à situação dramática em que se encontra a Igreja do Senhor do Bonfim, em Aparecida-SP.
Na edição de jul/ago de 2012, Jornal O Lince publicou a matéria Bonfim: retrato do abandono e agora 14 de novembro de 2012, Link Vanguarda trás em sua edição o mesmo tema: http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/link-vanguarda/videos/t/edicoes/v/igreja-com-130-anos-precisa-passar-por-reforma-em-aparecida-sp/2241789/
Na reportagem do Link Vanguarda, padre José Ferreira da Silva pároco da Igreja Sant’Ana em Roseira-SP, diz: “...a igreja não tem esse recurso que é um valor alto...” (mais de 450 mil Reais para a restauração). Talvez a paróquia em Roseira não tenha o dinheiro para a reforma necessária, mas, a Arquidiocese de Aparecida responsável pela Igreja do Bonfim tem! Dizer que a Arquidiocese não tem recursos para salvar aquele patrimônio histórico e arquitetônico é o mesmo que dizer que o papa Bento XVI vai repartir os tesouros do Vaticano para acabar com a fome no mundo...
Acontece que Bonfim está encravado em um lugar onde o Judas perdeu as botas. E como a Arquidiocese de Aparecida está acostumada a ter uma arrecadação rápida e fácil, não é de interesse gastar tanto dinheiro para restaurar uma igreja que não venha a trazer RECUR$OS rápidos e volumosos.
Bem! Os alertas foram dados. Agora só resta esperar a boa vontade e o interesse.


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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

El dia de los muertos

La Catrinas
Tanto o halloween, como o dia de todos os santos e o dia de finados se baseiam nas milenares crenças em que os mortos sofriam e que poderiam de algum modo prejudicar os vivos.
A celebração do “Samhain” (palavra de origem celta para designar “O Senhor da Morte”) é uma data que o povo Celta, por ser o ultimo dia do verão, diziam que os espíritos dos mortos saiam de suas covas e iriam ao encontro dos vivos para tomar posse de seus corpos.
O povo Celta que vivia no Norte da Europa (Grã-Bretanha, Irlanda, Suécia, Holanda, etc.), acreditava que as almas dos mortos retornavam aos seus lares; e na esperança de apaziguar os mortos; no dia 31 de outubro, os antigos realizavam um desagravo onde preparavam comidas, bebidas e presentes para os visitantes do além.
Embora na Idade Média a Igreja tenha proibido as festas pagãs houve um sincretismo e a igreja cristianizou as comemorações do Samhain, criando o Dia de Todos os Santos (1 de novembro) e o Dia de Finados (2 de novebro).
No México, o 2 de Novembro marca uma das festas folclóricas mais importantes do país, el dia de los muertos, celebração de origem celtas adaptada ao estilo pré-hispânico e que foi considerada, pela Unesco, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Diferente das celebrações do dia de finados brasileiro, onde prevalece às manifestações de saudade e religiosidade, no México a data é comemorada com grandes festejos; comida, bebida, música, danças e representações engraçadas e caricatas da morte (caracterizada pela personagem La Catrina). Em menor escala, algumas comunidades de imigrantes mexicanos celebram a data em outros países.





domingo, 14 de outubro de 2012

Em busca dos antigos manuscritos cristãos – Parte 2

Ícone do Jesus Gnóstico

Nos séculos II e III, havia muitas versões diferentes da história e dos ensinos de Jesus. Pelo ano 325 d.C., representantes dos vários grupos diferentes do Cristianismo reuniram cada um com suas escritas. As disputas não só eram sobre a divindade de Jesus, mas também sobre qual destas escritas eram autênticas.
Naquela época não havia nenhum “cânon” do Novo Testamento. O cânon que possuímos hoje é um desenvolvimento da Igreja Católica que colecionou, descartou, alterou e até mesmo inventou muito do que lemos hoje no Novo Testamento, com o objetivo de atender aos interesses da Igreja e que muitos acreditam serem inspiradas.
Os debates teológicos referente à cristologia dos séculos II e III provocaram intensa rivalidade entre os vários grupos de cristãos. Antes do IV século, um destes grupos o que se aliou ao Império Romano (Igreja Católica Romana), tinha derrotado a oposição, denominando a si mesmo detentora da “ortodoxia” e marcando a ferro todas as crenças rivais como “heresias” e todos os outros grupos de “hereges”.
Assim como nos grandes conflitos políticos e culturais, nas batalhas pela supremacia religiosa os vencedores não publicam as verdadeiras visões de seus oponentes. Os vencedores não só escreve a história eles as distorcem. Assim, no Cristianismo primitivo, a maioria dos escritos das partes perdedoras nas disputas pela dominação foi destruída, esquecida ou simplesmente não foi reproduzida para a posteridade – perdida de uma forma ou de outra.

Manuscrito Nag Hammadi
Isto simplesmente significa que Roma ganha porque destruíram toda a evidência contrária as crenças religiosas da grande e poderosa Igreja nascente. Se você destrói todas as escritas das posições teológicas adversárias e queimam todas as bibliotecas você ganha através da falta de comparação. Duas gerações após as pessoas já não se lembrará da verdade e aceita a mentira como “ortodoxia”. Isto foi exatamente o que aconteceu.
É claro que o pouco que foi encontrado é espetacular. Descobertas começaram a ser feitas de modo significativo já no século XVII, intensificando através dos tempos, em diligentes buscas na Grécia, no Egito e em outros lugares, e à medida que expedições arqueológicas desenterravam tesouros inesperados e beduínos inadvertidamente tropeavam em achados cujo valor jamais sonhara.
Em 1945, um beduíno encontrou um jarro de cerâmica numa escavação próxima a aldeia de Nag Hammadi no Alto Egito. No jarro havia vários livros escritos em idioma copta antigo. Algumas folhas amareladas foram usadas para alimentar o fogão a lenha de sua casa. As restantes caíram nas mãos de um religioso local, circularam no mercado de antiguidades e foram resgatadas por um funcionário do governo egípcio. Mais tarde, descobriu-se que a “lenha” era um tesouro de valor incalculável: a coleção de Nag Hammadi é composta de 13 livros com 1600 anos e histórias que a Igreja tentou abafar durante todo esse tempo. Mas não conseguiu. Depois de sobreviver ao tempo e à censura religiosa, o achado tornou-se o maior e mais importante acervo de evangelhos apócrifos*, literatura que tem ajudado a elucidar vários mistérios sobre as origens do Cristianismo.
A maioria dos escritos de Nag Hammadi foi produzida entre os séculos I e III e seus autores faziam parte das primeiras comunidades cristãs. Nesse acervo, é possível conhecer livros que ficaram de fora do Novo Testamento, como evangelhos de Tomé e Tiago. O interessante desses relatos é que destoam bastante do que aparece no Novo Testamento. Neles, Jesus tem um lado humano, Madalena é uma grande líder, Jesus não fala sobre pecado, a necessidade de arrependimento e morte expiatória... Diferenças polêmicas que deixam claro por que os apócrifos sempre foram uma pedra no sapato da Igreja. Eles representavam outro cristianismo, não oficial, marginalizado. Eles têm grande valor histórico e religioso porque mostram novas interpretações sobre a figura de Jesus na origem do Cristianismo.
A hipocrisia religiosa do IV século chega até os dias de hoje quando, ainda, o Vaticano, mantendo sua tradição de enganar as pessoas, tenta com todas as forças evitar que esses manuscritos sejam divulgados. E por quê? Acontece que os manuscritos apontam certas discrepâncias e invencionices históricas, confirmando que o Novo Testamento foi manipulado para satisfazer os interesses da Igreja. O desejo da Igreja moderna é de suprimir esses documentos, antes que eles abalem o frágil alicerce do Cristianismo.
Os antigos manuscritos cristãos revelam que o Novo Testamento não nasceu pronto e acabado e que os textos que servem de base para a atual doutrina cristã passaram por um complicado processo de “edição”. Também deixam claro que, ao contrário do que se imaginava, o Cristianismo praticado hoje não era o único nos primeiros séculos. Existiam vários Cristianismos, cada um com sua própria interpretação da vida de Jesus e seus ensinamentos. Quem lê os escritos deixados por esses grupos pode conhecer outros pontos de vista sobre uma história contada há mais de 2000 anos.
O importante é que estes textos não estão nas mãos da Igreja, portanto, não correm o risco de serem corrompido como foi o Novo Testamento.

*O termo “apócrifo” significa “diferente, “não reconhecido” e “estranho”. Mas não se trata dum significado rigoroso, pois a palavra grega apocryphos quer dizer “escondido” e aplica-se aos livros que se ocultavam do público, para serem consultados apenas por uma classe privilegiada. Nada de ultrajante encerra o termo, já que os livros, pelo contrário, dispunham de certo valor, nem por todos compreendidos.

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sábado, 13 de outubro de 2012

Cinema brasileiro: “Boca” traça biografia de famoso bandido paulista dos anos 1960


Daniel de Oliveira como Hiroito
Cinebiografia de um dos mais famosos criminosos da história de São Paulo, Hiroito de Moraes Joanides (1936-1992), "Boca", de Flávio Frederico, não deixa igualmente de ser um cuidadoso retrato de um ambiente e de uma época.
 Diretor Flávio Frederico
Contando com a interpretação empenhada de Daniel de Oliveira como Hiroito, o filme, com roteiro do próprio Frederico e de Mariana Pamplona, partindo de uma autobiografia escrita pelo personagem, traça o perfil de um homem violento e contraditório.
Filmado em boa parte no centro histórico de Santos, amparando-se na bela fotografia de Adrian Teijido, "Boca" define os limites do mundo claustrofóbico de Hiroito, desfrutando de luxo em sua casa, ao lado da mulher, a ex-prostituta Alaíde (Hermila Guedes), mas também vivendo boa parte do tempo como fugitivo.
Diretor de fotografia Adrian Teijido
Falecido no último dia 14 de junho, o cineasta Carlos Reichenbach, figural central do filme, é homenageado na programação, que exibe filmes de sua autoria.
Cineasta Carlos Reichenbach

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Em busca dos antigos manuscritos cristãos - Parte 1



Antigo manuscrito cristão encontrado em 1945 na cidade de Nag Hammadi, Egito
Você já imaginou um fenômeno religioso mais diversificado do que o Cristianismo moderno? Há igreja Católica Romana, Católica Ortodoxa, Presbiteriana, Metodista, Batista, Adventista, Assembléia de Deus e uma multidão de denominações Neo pentecostais.
Mais diversificado do que este fenômeno do Cristianismo moderno é o Cristianismo antigo.
Imagine as escolhas com que os cristãos se deparavam nos séculos II e III. O que é melhor? A igreja Ebionita ou Marcionita? Gnóstica ou Proto-ortodoxa? Uma igreja que acredita num Deus Uno, ou numa Trindade? Uma igreja que aceita os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, ou os Evangelhos de Tomé, Filipe e Maria?
Esses dois séculos foram praticamente ricos em diversidade teológica entre os primeiros cristãos. De fato, a diversidade teológica era tão difundida que grupos que se auto-qualificavam de cristãos aderiram a crença e as práticas que muitos cristãos hoje classificariam como tudo, menos cristãos.
Durante os séculos II e III, não havia acordo quanto a um cânon – nem acordo quanto a uma teologia. Em vez disso, havia um amplo leque de diversidade. Diversos grupos afirmando diversas teologias baseadas em diversos textos escritos, todos reivindicando terem sido escritos pelos primeiros seguidores de Jesus.
Mas praticamente todas as formas do cristianismo moderno querem, aceite ou não, originam-se de uma única fonte de Cristianismo que emergiu como vitoriosa dos conflitos dos séculos II e III. Esse grupo foi o que se aliou ao Império Romano. Essa forma única decidiu qual era a perspectiva “correta”; e determinou que formas de Cristianismo fossem marginalizadas, postas de lado, destruídas. Também decidiu quais livros canonizar no Novo Testamento e quais deixarem de lado como “hereges”.
Em 325 d.C., o Imperador romano Constantino convocou o Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões dentro da nova igreja que nascia, ameaçava sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
Foi no Concílio de Nicéia que deram os passos decisivos no sentido de criar uma igreja unificada, engendrada de forma a servir ao Imperador como forma de domínio político e social.
O Concílio de Nicéia foi instituído com o fim de fabricar a doutrina de uma nova igreja concebida para o fácil controle do povo.
Em Nicéia que foram instituídas as primeiras “ferramentas” facilitadoras da criação de um Deus, bem como na escolha dos Evangelhos que, a partir deste Concílio, passaram a serem os únicos textos considerados sagrados no Cristianismo.
Em 331 d.C. seis anos depois de Nicéia, Constantino ordenou que uma “Bíblia” ecumênica fosse escrita.
Constantino queria uma Bíblia que seria aceitável a pagãos como também a cristãos, e Eusébio (seguidor de Orígenes de Alexandria) foi nomeado para dirigir esta tarefa.
Esta Bíblia foi escrita para concordar com os objetivos da nova igreja que nascia Católica e Romana e que se autodenominava detentora da “ortodoxia”.
Foi neste período que Constantino ordenou a destruição de todos os outros manuscritos cristãos antigos, proibiu, também, a leitura e a posse de qualquer literatura cristã, que não fosse umas das 50 Bíblias e a pena a desobediência deveria ser a morte.
Os Codex Siaiticus e Vaticanus são exemplo sobreviventes da 50 Bíblias de Constantino.
Você sabia que a sua Bíblia é uma cópia das 50 Bíblias de Constantino?


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