terça-feira, 27 de setembro de 2016

Os Apócrifos e a Bíblia Canônica


É sempre interessante ler sobre história das religiões, religião comparada e mitologia.
Antes de seguir em frente, é preciso que se entenda o que é verdadeiramente um Evangelho Apócrifo. Ao contrário do que muitas instituições religiosas dizem, que os apócrifos seriam “escritos não inspirados”, portanto falsos, a verdade é que os apócrifos nada mais são do que documentos que não fazem parte do “cânone bíblico” judaico ou cristão – atual. Muitos dos chamados textos apócrifos, já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados por não satisfazerem os interesses da Igreja.

É preciso lembrar também que foram os padres da Igreja quem escolheram, sempre com muita briga, quais os evangelhos eram “divinamente inspirados” e quais não são. A pergunta que não quer calar é quais os critérios que eles utilizaram quando faziam suas escolhas. O Concílio mais famoso foi o Concílio de Nicéia, numa província de Anatólia, Turquia. Neste concílio, convocado pelo imperador romano Constantino ocorreu à primeira seleção de quais os evangelhos seriam os canônicos e quais seriam os apócrifos. Enfim, é preciso explicar que os evangelhos sempre foram retirados ou acrescentador ao Cânone oficial de acordo com as conveniências dos padres e dos bispos no poder, em cada época, certo? O que nos leva a concluir que o monopólio do Cristianismo está nas mãos da Igreja Católica. Mesmos as Bíblias cristãos protestantes e evangélicas, nada mais do que modificações da Bíblia como escolhida pelos primeiros padres. Algumas diferenças nas traduções, alguns textos amais ou a menos, mas no fundo, baseado nas mesmas Escrituras selecionadas e manipuladas pelos primeiros lideres da Igreja Católica. Então, por isso é tão importante a leitura e o conhecimento dos Apócrifos. Por terem sido considerados “não inspirados” e por causa disso não levados á sério, estes escritos permaneceram mais “puros” e sem manipulação ao longo dos séculos.
Pare se ter uma ideia, no início do Cristianismo haviam 315 evangelhos, e posteriormente foram reduzidos a 4 (!!!), no tal Concílio de Nicéia. Os que não concordavam eram considerados heréticos. Enfim, tudo isso sem falar que durante séculos os textos eram copiados e traduzidos a mão, o que aumenta ainda mais a probabilidade de que os textos que conhecemos hoje têm pouquíssimos a ver com os seus respectivos originais.


Sou Deísta

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A Evolução da Religião, o Homem e seus Deuse


Atualmente, a maioria da população acredita em um único Deus, mas nem sempre foi assim na história da humanidade; e é justamente desse assunto que este tópico aborda, oque mostra também a interessante evolução da religião humana. 
Devido ao surgimento de diferentes mitologias nos mais diversos lugares do mundo, e cada uma com suas peculiaridades, percebemos estudando esses povos que a religião era um reflexo de sua cultura, logo cada povo lapidou sua religião de maneira a ter uma maior identidade com eles próprios. 
É complicado conseguir relatos das primeiras religiões que surgiram entre os homens, mas sabemos que elas o acompanham há muito tempo, o que se crê é que as religiões bem antigas, possuíam uma concepção mais abrangente de deuses, o ser humano, precisava explicar os fenômenos que não entendia de alguma forma então ele atribuía fenômenos da natureza à entidades, os trovões, a primavera, a chuva, a fertilidade, o sol, a água, os animais, a vida, a morte, a lua, as estrelas, o fogo... Todos estes acontecimentos estavam aquém do pensamento da época, então era bem mais crível acreditar que eram seres etéreos que controlavam tudo. 
O sol, por exemplo, que dá a vida, a energia para a Terra, os povos antigos percebendo que no inverno quando a incidência solar era menor havia menos vida, então o sol era responsável por isso, então o homem agradecia ao sol e pedia-o por invernos mais brandos, por melhores colheitas, adorando-o. 
Ora se adorando o Sol, ele pode nos ajudar, e como os homens viviam em guerra, um deus da guerra seria interessante, para que o adorando tivessem sucesso nas batalhas. (YHVH TZABAOTH, por exemplo) 
Então ficou convencionado, a natureza é regido por seres etéreos, cada ser responsável por algo, nós, adorando-os e fazendo sua vontade teríamos a ajuda seja com a colheita, com as batalhas, um trabalho bem mais fácil, deixando a ele a responsabilidade pelos acontecimentos, em troca de venerá-lo. 
Mas teríamos um conflito, com muitas pessoas adorando a deuses diferentes, como no final saberíamos quem de fato tem o maior apoio, qual deus é mais forte? Bom, se cada deus é responsável por algo, existem vários... 
Um problema facilmente resolvido com a ideia de unidade, acreditando num único deus, seria mais simples adorá-lo sem haver a preocupação em desagradar outros e como seu poder seria único e absoluto, não haveria o que temer, já que orando para ele, ele está ao seu lado. 
Dessa possibilidade de se apoiar em algo que é extremamente poderoso, mais do que você até precisa, surgiu o conforto e esse conforto faz as pessoas gostarem da ideia de acreditar num deus, até hoje.
Interessante ressaltar que desde a antiguidade, os fenômenos desconhecidos que não eram explicados pelo homem, só podiam ser atribuídos pela igreja e pela ação dos Deuses; a medida que a ciência evoluiu e esses fenômenos passam a ser explicados pela ciência, as teorias da igreja começam a ruir e diminuir em uma sociedade mais esclarecida.
Porém, acredito que chegará um ponto em que a ciência passará a estudar cientificamente as questões fundamentais propostas pela igreja, como a origem da vida e a existência de vida após a morte, e é nesse ponto que a ciência e a religião poderão se unir em uma única doutrina.......mas ainda estamos muito longe disso, pois a religião atual não se preocupa em explicar nada, se preocupa apenas em ganhar fiéis e poder econômico e a ciência continua cética e muito materialista em algumas questões que já deveriam ser  estudadas com mais afinco (vide a cultura oriental que é muito mais aberta nesse sentido).

Sou Deísta