quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ecologia: Município de Aparecida, SP

É evidente o descaso e o desrespeito do município de Aparecida com a questão meio ambiente. De todas as atitudes que denotam falta de educação ambiental, nenhuma caracteriza exemplo mais imperdoável do que a instalação de um aterro sanitário em uma área de proteção de mananciais, bem a cima de nascentes.
Depositar lixo, sem tratamento e critério técnico, principalmente em área de proteção de mananciais é crime.
O chorume produzido infiltra no solo, contaminando-o com metais pesados e outros poluentes. Esse líquido, altamente poluente, se desloca no solo, atingindo as águas subterrâneas, contaminando-as de maneira irreversível.
O aterro que agora está desativado e interditado pela CETESB, fica a 5 Km da zona urbana da cidade. Há! O Santuário Nacional é conivente com esse crime ambiental, já que a área pertence ao Santuário e foi cedido para utilização do município até 2020.

Aterro Sanitário em área de proteção de mananciais
Mas a falta de consciência ambiental da cidade não é coisa recente. Hoje na zona rural a morraria está completamente devastado desde a época do ciclo do café que teve inicio em 1850, quando os fazendeiros, não só da cidade, mas da região derrubaram a mata atlântica para o plantio dos cafezais. Este período durou pouco, em 1870 os cafezais foram erradicados para dar lugar aos pastos.
O que sobrou foram poucos fragmentos da mata originária, que agora está sendo ameaçada com a introdução do gado que pasta entre as árvores remanescentes.

Gado no Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP
Fragmento da Mata Atlântica do Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP
Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP
Se não bastasse tudo isso, agora vem o pior. A introdução do plantio do eucalipto. Os impactos ambientais da monocultura do eucalipto são devastadores: sobre a água, o solo, a biodiversidade e a atmosfera.
O eucalipto necessita de uma grande quantidade de água, cada pé de eucalipto necessita de aproximadamente 30 litros de água por dia, o que acaba gerando um grande déficit hídrico nas regiões onde são cultivados, criando assim certa desertificação da região.
O eucalipto é uma espécie invasora. Quando uma espécie invasora se instala em um ambiente que não é o seu, ela se desenvolve livre dos predadores e parasitas da sua área de origem, e acaba levando vantagem com as espécies nativas, e vão dominando o espaço expulsando os verdadeiros dono do pedaço.
Isso provoca a mote das espécies que não consegue viver fora de seu ambiente natural. O resultado é um desequilíbrio ambiental que destrói toda biodiversidade local.
Com a introdução da monocultura do eucalipto o solo se desgasta deixando-o fraco, com baixa fertilidade e com aumento da acidez (PH), o que favorece outra espécie invasora de se estabelecer na área, o cupim de montículo.
Nosso sonho é ver todo o Morro do Tabuleiro e morraria da região reflorestado. Claro que um programa de reflorestamento seria o ideal. Mas, na impossibilidade do ideal, uma árvore a mais, plantada do jeito certo numa área devastada, já é bem mais que nada.

Monocultura do eucalipto no Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP
Floresta de eucalipto no Morro do Tabuleiro em Aparecida, SP
Antes era uma mata, depois virou pasto agora é uma fazenda de cupim de 
montículo



Um comentário:

  1. Excelente matéria! Gostaria que o projeto EARTH 2.0 (Terra 2.0) - http://earth2hub.com/ ajudasse a desenvolver algo para protejer essa regiao maravilhosa.

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