terça-feira, 2 de outubro de 2012

Em busca dos antigos manuscritos cristãos - Parte 1



Antigo manuscrito cristão encontrado em 1945 na cidade de Nag Hammadi, Egito
Você já imaginou um fenômeno religioso mais diversificado do que o Cristianismo moderno? Há igreja Católica Romana, Católica Ortodoxa, Presbiteriana, Metodista, Batista, Adventista, Assembléia de Deus e uma multidão de denominações Neo pentecostais.
Mais diversificado do que este fenômeno do Cristianismo moderno é o Cristianismo antigo.
Imagine as escolhas com que os cristãos se deparavam nos séculos II e III. O que é melhor? A igreja Ebionita ou Marcionita? Gnóstica ou Proto-ortodoxa? Uma igreja que acredita num Deus Uno, ou numa Trindade? Uma igreja que aceita os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, ou os Evangelhos de Tomé, Filipe e Maria?
Esses dois séculos foram praticamente ricos em diversidade teológica entre os primeiros cristãos. De fato, a diversidade teológica era tão difundida que grupos que se auto-qualificavam de cristãos aderiram a crença e as práticas que muitos cristãos hoje classificariam como tudo, menos cristãos.
Durante os séculos II e III, não havia acordo quanto a um cânon – nem acordo quanto a uma teologia. Em vez disso, havia um amplo leque de diversidade. Diversos grupos afirmando diversas teologias baseadas em diversos textos escritos, todos reivindicando terem sido escritos pelos primeiros seguidores de Jesus.
Mas praticamente todas as formas do cristianismo moderno querem, aceite ou não, originam-se de uma única fonte de Cristianismo que emergiu como vitoriosa dos conflitos dos séculos II e III. Esse grupo foi o que se aliou ao Império Romano. Essa forma única decidiu qual era a perspectiva “correta”; e determinou que formas de Cristianismo fossem marginalizadas, postas de lado, destruídas. Também decidiu quais livros canonizar no Novo Testamento e quais deixarem de lado como “hereges”.
Em 325 d.C., o Imperador romano Constantino convocou o Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões dentro da nova igreja que nascia, ameaçava sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
Foi no Concílio de Nicéia que deram os passos decisivos no sentido de criar uma igreja unificada, engendrada de forma a servir ao Imperador como forma de domínio político e social.
O Concílio de Nicéia foi instituído com o fim de fabricar a doutrina de uma nova igreja concebida para o fácil controle do povo.
Em Nicéia que foram instituídas as primeiras “ferramentas” facilitadoras da criação de um Deus, bem como na escolha dos Evangelhos que, a partir deste Concílio, passaram a serem os únicos textos considerados sagrados no Cristianismo.
Em 331 d.C. seis anos depois de Nicéia, Constantino ordenou que uma “Bíblia” ecumênica fosse escrita.
Constantino queria uma Bíblia que seria aceitável a pagãos como também a cristãos, e Eusébio (seguidor de Orígenes de Alexandria) foi nomeado para dirigir esta tarefa.
Esta Bíblia foi escrita para concordar com os objetivos da nova igreja que nascia Católica e Romana e que se autodenominava detentora da “ortodoxia”.
Foi neste período que Constantino ordenou a destruição de todos os outros manuscritos cristãos antigos, proibiu, também, a leitura e a posse de qualquer literatura cristã, que não fosse umas das 50 Bíblias e a pena a desobediência deveria ser a morte.
Os Codex Siaiticus e Vaticanus são exemplo sobreviventes da 50 Bíblias de Constantino.
Você sabia que a sua Bíblia é uma cópia das 50 Bíblias de Constantino?


Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões: z3view@gmail.com



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